Representantes da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) estão fazendo pressão para que o Ministério da Economia pague um auxílio para o setor. Nesta semana, eles participaram de uma reunião com o próprio Ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir o tema.
De acordo com informações da imprensa, a Abrasce argumenta que os shoppings precisam desse auxílio porque sofreram muito nesta pandemia. Eles citaram por exemplo um dado que mostra que esses estabelecimentos passaram, em média, mais de 200 dias com as portas fechadas no Brasil.
“Queremos linhas de crédito, auxílio para pequenos, médios e microempresários, para que a gente possa passar por esse momento e reconstruir o nosso setor nos próximos meses”, disse Glauco Humai, que é o Presidente da Associação em questão.
Ele fez duras críticas para todas as esferas do Governo e definiu a postura dos políticos como uma “inação” com o setor. Ainda de acordo com Humai, nem as reaberturas parciais dos shoppings fizeram com que eles recuperassem os “prejuízos irreparáveis” dos fechamentos.
“A gente vê uma certa inação do poder público, municipal, federal e estadual para que a gente possa dialogar e ter planos sérios, efetivos e realizáveis para auxílio aos empresários e também trabalhadores”, ressalta Glauco Humai”, seguiu ele em entrevista para a Rádio Jovem Pan.
Humai também disse que os trabalhadores dos shoppings são os que mais sofreram com os fechamentos nesta pandemia. Ele até fez críticas aos outros setores e pediu para que o Governo também pratique essas paralisações com as outras áreas trabalhistas.
“Tomara que não tenhamos que fechar novamente, mas se tiver que fechar, feche 15 dias a construção civil. Nada contra a construção civil, mas é um setor que está funcionando ininterruptamente. Que feche 15 dias da indústria que não é essencial, outros segmentos que estão trabalhando sem fechar, e assim a gente pode equilibrar, não só os shoppings pagaram essa conta, que está sendo muito difícil de ser paga”, disse ele.
Com base nas respostas da maioria das secretarias de saúde dos estados, o que vai definir os fechamentos ou não dos shoppings será o rumo da pandemia no país. Se a pandemia não passar a registrar números melhores, então a tendência é que mais fechamentos aconteçam mais uma vez.
O Governo Federal começou os pagamentos do novo Auxílio Emergencial. A liberação desse dinheiro, aliás, está acontecendo desde o último dia 6 de abril para os informais e desde o último dia 16 para os beneficiários do programa Bolsa Família.
No entanto, nos dois casos o Auxílio não faz divisão por trabalhadores de setores trabalhistas. O Governo preferiu portanto manter a lógica do recorte social. Foi assim que ocorreu também no ano passado. No entanto, alguns estados estão preferindo separar o auxílio por classe trabalhista.
No Maranhão, por exemplo, o Governo do estado está pagando auxílio para catadores de latinhas. Em Pernambuco, tem auxílio para os trabalhadores do carnaval. No Ceará tem Auxílio para quem trabalha em bares e restaurantes. É algo semelhante ao que acontece no pagamento do Auxílio do Rio Grande do Sul.