Durante uma reunião ocorrida na última quinta-feira, dia 29, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a renomada empresa chinesa Shein anunciou oficialmente que irá iniciar a produção de peças de vestuário no Brasil, mais especificamente no estado do Rio Grande do Norte.
A Shein, reconhecida globalmente por sua vasta gama de produtos de moda, estabeleceu metas ambiciosas para seu projeto no nosso território nacional. A empresa planeja criar aproximadamente 100 mil empregos no país, o que representa uma significativa contribuição para a redução do desemprego e o crescimento socioeconômico.
Além disso, a marca planeja investir um montante expressivo de R$ 750 milhões no Brasil, fortalecendo o setor têxtil e promovendo o desenvolvimento industrial. Por fim, vale ainda ressaltar que, esse investimento representa também uma grande oportunidade para fortalecer ainda mais as relações comerciais entre o Brasil e a China.
Se você ficou ansioso com a novidade, vai amar saber que após a reunião também foi anunciado que a produção das roupas pela empresa chinesa Shein já terá início neste mês de julho, no estado do Rio Grande do Norte.
De acordo com a empresa, estima-se que até o final de 2026, aproximadamente 85% das vendas no Brasil sejam provenientes de fabricantes e vendedores locais.
Essa tendência indica um movimento positivo para a economia brasileira, uma vez que o aumento da participação de fabricantes e vendedores locais impulsiona o desenvolvimento e a geração de empregos internos. Além disso, ao valorizar a produção nacional, há uma contribuição para a redução das importações e o fortalecimento da balança comercial.
Para alcançar essas metas ambiciosas, é provável que as empresas invistam em estratégias de expansão, inovação e marketing, buscando conquistar uma fatia maior do mercado interno. Isso pode envolver o desenvolvimento de produtos adaptados às necessidades e preferências dos consumidores brasileiros, bem como a ampliação da capacidade produtiva e aprimoramento da logística de distribuição.
“Viemos aqui com a governadora Fátima porque estaremos começando agora em no mês de julho a produção de peças do vestuário para o mercado doméstico nacional, brasileiro, e para toda a região através do Rio Grande do Norte“, disse Josué Gomes, diretor-presidente da Coteminas.
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A escolha pela introdução da Shein no Rio Grande do Norte não é a toa. No estado nordestino, a produção têxtil se baseia em uma extensa rede de oficinas de costura de micro e pequeno porte. Essa rede é distribuída pelos municípios do sertão do Seridó, uma região fortemente afetada pela seca.
Com o objetivo de promover o crescimento do emprego e da renda, o governo estadual lançou em 2013 o programa “Pró-Sertão“.
Esse programa capacitou 2 mil profissionais da costura em 40 municípios, através de uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Instituto Federal, responsável por oferecer cursos técnicos.
Além disso, grandes empresas como Riachuelo e Hering já optaram por terceirizar parte de sua produção para essas oficinas, também conhecidas como “facções”. Essa parceria tem se mostrado benéfica tanto para as empresas, que conseguem atender à demanda de produção de forma mais eficiente, quanto para as comunidades locais, que se beneficiam com o aumento do emprego e da geração de renda.
Vale mencionar também que a Shein também tomou essa iniciativa de se estabelecer no Brasil por outro motivo. Afinal, o mercado brasileiro é realmente muito promissor, de acordo o volume de compras no site e aplicativo feitas por consumidores brasileiros.
Assim, para responder à pressão dos concorrentes por regulamentação governamental, a empresa optou por realocar sua produção para o país.
Da mesma forma, essa foi uma solução estratégica da Shein para a enfrentar as acusações de evasão fiscal e contrabando digital.
Em suma, ao realocar a fabricação para o país e criar empregos em grande escala, a empresa busca corrigir problemas passados, demonstrar responsabilidade corporativa e colaborar com o desenvolvimento socioeconômico do país, tudo isso enquanto atende às expectativas do público e de suas partes interessadas.