A cada ano que passa, a Shein consegue conquistar novos clientes. Pesquisas indicam que o número de brasileiros que decidem fazer compras na varejista chinesa cresce de maneira vertiginosa. Os preços cobrados e a variedade de peças são duas das razões que atraem os clientes no mercado nacional.
Mas os preços da Shein são realmente baratos? Nesta semana, um grupo de pesquisadores decidiu fazer uma avaliação neste sentido, e comparou os valores que são cobrados no mercado nacional, com os valores que são cobrados no mercado dos Estados Unidos. Os mesmos produtos foram analisados.
A pesquisa em questão foi gerida pela empresa BTG Pactual. Eles decidiram comparar os preços de oito produtos em 15 países, e os resultados surpreenderam. De acordo com o resultado da pesquisa, considerando a comparação entre Brasil e Estados Unidos, é possível afirmar que os produtos daqui são 29% mais caros.
Já quando se compara os preços da Shein no Brasil com os preços dos produtos oferecidos por varejistas brasileiras, o cenário muda. Neste caso, os valores cobrados são 26% mais baratos que os da Renner, 22% mais baratos que os da Riachuelo, e 17% mais em conta que os da C&A.
Esta diferença de preços entre a Shein e varejistas nacionais, no entanto, tende a ficar cada vez menor. Isso deve ocorrer porque a varejista asiática está atuando para entrar com mais força no mercado nacional, o que deve fazer com que os produtos sejam cada vez mais nacionais.
Na prática, o movimento deve significar que os valores cobrados pela Shein devem se parecer cada vez mais com os valores cobrados por varejistas como Renner, Riachuello e C&A.
“O contingente de produtos nacionais vendidos na plataforma ainda é pequeno. O desafio da Shein é conquistar escala com a produção local”, afirma Guanais, do BTG.
Informações divulgadas pelo jornal O Estado de São Paulo nesta quinta-feira (19) revelam que a Shein já atingiu a marca de 336 fornecedores parceiros para a sua estratégia de produção local. A ideia é usar estas parcerias para atender cada vez mais o público nacional.
Vale lembrar que ainda no último mês de maio, representantes da companhia prometeram que chegariam ao patamar de 2 mil parceiros comerciais de manufatura no Brasil. Para além disso, eles também prometeram investir nada menos do que R$ 750 milhões no país em um período de três anos.
A Shein não é a única varejista estrangeira que está alterando a sua relação comercial com o Brasil. Outras companhias também aderiram ao Remessa Conforme, programa que gera um impacto direto nos preços dos produtos importados que são vendidos para o mercado brasileiro.
Nenhuma empresa estrangeira é obrigada a entrar no sistema do Remessa Conforme. Assim, apenas aquelas companhias que aceitam fazer parte do programa é que estão submetidas às novas regras definidas pelo Ministério da Fazenda.
As demais seguem as regras antigas normalmente. De acordo com as informações do Ministério da Fazenda, cinco empresas já aderiram ao sistema do Remessa Conforme desde que ele foi criado pelo governo federal. Entre elas, quatro já estão com o sistema de isenção do imposto de importação sobre produtos que custam menos do que US$ 50 valendo.
Shein, Shopee, Sinerlog e AliExpress já estão aplicando oficialmente as novas regras de isenção do Imposto de Importação para produtos que custam menos do que US$ 50. Para além disso, o consumidor que acessa o site destas varejistas já precisa pagar todos os impostos devidos no momento da compra do produto internacional.
O Mercado Livre ainda não começou a aplicar a isenção total do imposto de importação para produtos que custam menos do que US$ 50. Uma data ainda não foi definida para iniciar os procedimentos relativos ao Remessa Conforme.