Economia

Shein agora é dona da Forever 21? Gigante do e-commerce faz novas aquisições

A gigante do e-commerce asiático, Shein, e o grupo Sparc, detentor de marcas de renome como Forever 21, Nautica e Reebok, anunciaram recentemente uma negociação significativa que envolve a troca de participações acionárias e a venda de produtos entre as empresas.

A troca de participações acionárias

A Shein adquiriu cerca de um terço da participação no grupo Sparc, uma joint venture que inclui a Authentic Brands e a Simon Property. Em troca, o grupo Sparc tornou-se acionista minoritário da varejista asiática. Os detalhes financeiros do acordo não foram divulgados.

O grupo Sparc tem mais de 32.000 funcionários, opera em mais de 65 países e vende anualmente mais de US$ 12,7 bilhões em produtos. A Shein, por outro lado, vende roupas e acessórios para mais de 150 países, seguindo um modelo de produção inovador.

A empresa lança produtos em pequenas quantidades e só os produz em larga escala se houver demanda suficiente. Em maio, a Shein foi avaliada em US$ 66 bilhões.

A saga da Forever 21

Nos últimos anos, a Forever 21 enfrentou uma série de desafios e chegou a entrar em recuperação judicial nos Estados Unidos em 2019. Atualmente, a empresa tem 414 lojas nos EUA e mais 146 em outros países.

No Brasil, a rede de fast fashion adotou uma estratégia agressiva em 2017, abrindo várias lojas “âncoras” em shoppings e vendendo roupas a preços baixos. Entretanto, a partir de 2020, a empresa começou a enfrentar ações judiciais movidas por shoppings cobrando aluguéis atrasados.

Sem um acordo com a Multiplan, a Forever 21 fechou todas as suas 11 lojas em shoppings como o Morumbi, o Vila Olímpia e o Anália Franco no início de 2021.

Investimentos da Shein no Brasil

A Shein tem feito grandes investimentos no Brasil, em meio a polêmicas sobre a decisão do governo federal de isentar o imposto de importação para compras internacionais de até US$ 50. O Brasil já é um dos maiores mercados da empresa no mundo, ao lado dos EUA.

O Brasil é também o primeiro país do mundo onde a Shein opera com um marketplace (3P), com vendedores locais, e o segundo a fazer testes com produtores locais nas vendas da própria empresa (1P), após a Turquia.

Parceria estratégica

A parceria entre a Shein e o grupo Sparc vai permitir à varejista asiática testar “experiências focadas no cliente Shein em lojas da Forever 21 nos Estados Unidos, incluindo shop-in-shops [quando uma empresa vende seus produtos dentro das lojas de outra marca]“.

Juntas, a Shein e o grupo Sparc planejam utilizar suas plataformas e conhecimentos complementares para acelerar a inovação de produtos, explorar novas estratégias de negócios, aprimorar as experiências dos clientes e aumentar sua presença no mercado.

As marcas Aeropostale, Brooks Brothers, Eddie Bauer e Lucky Brand também fazem parte da joint venture entre a Authentic Brands e a Simon Property.

Para o CEO da Shein, Donald Tang, “a poderosa combinação da liderança da Simon no varejo físico, da experiência em desenvolvimento de marca da Authentic e do modelo sob demanda da Shein nos ajudará a impulsionar um crescimento escalável“.

Desvendando as taxas da Shein

Para entendermos as mudanças nas taxas da Shein, é essencial compreender como funciona esse processo. As taxas são impostas em compras internacionais e podem variar de acordo com o valor do pedido, o tipo de produto e a regulamentação do país de destino.

No caso da Shein, as taxas são aplicadas quando a compra é enviada do exterior para o Brasil. Esses valores são calculados com base no custo total da compra, incluindo o preço dos produtos, o frete e possíveis seguros de mercadoria.

Além disso, é importante lembrar que o pagamento dos impostos é cobrado pelos Correios quando a mercadoria chega ao Brasil.

Como as taxas da Shein são aplicadas?

Vamos analisar alguns exemplos para entendermos melhor as novas taxas da Shein. Vale ressaltar que os valores apresentados são apenas simulações e podem variar de acordo com o câmbio e a legislação vigente.

Exemplo 1: Compras abaixo de US$50,00

  • Valor da compra: R$120,00
  • Valor do frete: R$49,00
  • Seguro de mercadoria: grátis (em alguns casos, o cliente pode pagar uma pequena taxa opcional)
  • Imposto de Importação: isento
  • ICMS: isento

Neste exemplo, o valor total da compra, somando o produto e o frete, seria de R$ 169,00. Como o valor está abaixo do limite de US$ 50,00, as compras não serão taxadas.

Exemplo 2: Compras acima de US$50,00

  • Valor da compra: R$ 280,00
  • Valor do frete: grátis
  • Seguro de mercadoria: grátis
  • Imposto de Importação (60%): R$ 168,00
  • ICMS (17%): R$ 76,16

Neste caso, o valor total da compra, considerando as taxas da Shein, seria de R$ 524,16. Compras acima do valor de US$ 50,00 estão sujeitas à cobrança de impostos de importação e ICMS.

Implicações do pagamento de taxas

É importante estar ciente de algumas implicações do pagamento de taxas na Shein. Independentemente do valor da compra, todas as compras realizadas com cartão de crédito estarão sujeitas ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com uma taxa atual de 6,38%.

O pagamento dos impostos é cobrado pelos Correios quando a mercadoria chega ao Brasil, com exceção do IOF, cujo valor é cobrado no momento da compra. Caso o imposto não seja pago dentro do prazo de 20 dias, a mercadoria será devolvida ao exterior pelos Correios.

Como calcular as taxas da Shein?

Para calcular as taxas da Shein, é necessário considerar o valor total da compra, incluindo o preço dos produtos, o frete e possíveis seguros de mercadoria. Além disso, é importante verificar qual é o limite de isenção de impostos para compras internacionais, que atualmente é de US$50,00.

Caso o valor da compra ultrapasse esse limite, é necessário calcular o imposto de importação, que é de 60% sobre o valor total da compra, e o ICMS, que é de 17% sobre o valor do produto. Esses valores devem ser somados ao valor da compra e ao frete para obter o valor final a ser pago.