Cerca de 30 servidores foram indiciados pela Polícia Civil do Distrito Federal por fraude em concurso da Secretaria de Educação.
A responsável por descobrir o sistema criminoso foi a Operação Panoptes, deflagrada em 2018 pela Coordenação de Combate ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e à Ordem Tributária (Cecor).
Os investigadores ouviram o depoimento de uma testemunha, que assumiu ter comprado a vaga que ocupa em um concurso público para o cargo de atividades da Secretaria de Educação.
Segundo ela, o grupo atuava em provas especificamente do Cebraspe (Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos). É uma das bancas organizadoras mais atuantes nas provas para concursos públicos no Brasil.
Foram indiciados servidores da Secretaria de Educação do Distrito Federal pelo crime de fraude a certame de interesse público e participação em organização criminosa. Enquadra-se ainda na chamada máfia dos concursos. Todos foram descobertos enquanto corriam as investigações conduzidas pelo delegado Adriano Valente.
Os servidores que foram indiciados podem ser exonerados do cargo, demitidos sem justa causa.
Carros para uso policial
O delegado Adriano Valente também confiscou dois carros supostamente usados para pagar as fraudes em concurso da Secretaria da Educação.
Os carros em questão, um Fiat Argo de cor vermelha e uma S10 prata, foram apreendidos nas operações policiais relacionadas ao caso. A partir daí serão disponibilizados para uso da Cecor.
O relatório foi encaminhado à Vara Criminal e Tribunal do Júri de Águas Claras. Depois, será analisado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para a devida denúncia.
O indiciamento teve sua conclusão no último dia 20 de julho.
70 mil servidores são suspeitos de fraudar auxílio emergencial
Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia e pela Controladoria-Geral da União identificou que cerca de 70.296 servidores municipais, incluindo ativos e inativos, receberam indevidamente o auxílio emergencial.
De acordo com informações de técnicos dos dois órgãos, trata-se do maior número de casos suspeitos entre todos os estados do país, à exceção apenas do Maranhão. Cerca de R$ 117.171.600 em recursos federais podem ter sido destinados para pagar os benefícios.
Os indícios foram apontados a partir da relação de pagamento das três primeiras parcelas do benefício, e um cruzamento de dados dos beneficiários com a lista de servidores municipais que o tribunal dispõe.