Você acha que a gasolina está cara? Espere então para ver o que vai acontecer a partir do próximo sábado (1). De acordo com as informações oficiais, a tendência natural é de um novo aumento nos valores que são repassados aos consumidores finais. O movimento ocorre por causa do processo de reoneração dos combustíveis.
Inicialmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por não reonerar estes valores. Contudo, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) o convenceu de que este movimento seria importante para a economia e para a arrecadação do Governo Federal. No final das contas, ficou definido que o saldo vai ser reonerado de forma escalonada, para que os motoristas não sintam o impacto todo de uma só vez.
A primeira parte da reoneração já foi oficialmente aplicada no último mês de março. Na ocasião, o Ministério elevou o preço da gasolina em R$ 0,47 e o do etanol em R$ 0,02 por litro. Em julho, o Governo vai aplicar a segunda rodada da reoneração, que deverá elevar o valor da gasolina em mais R$ 0,22 e o do etanol em R$ 0,22 também. As mudanças já estão oficialmente confirmadas.
Por agora, não há previsão de reoneração dos preços do diesel para este próximo mês de julho. De acordo com as informações oficiais, este combustível segue com os preços desonerados por mais algum tempo. Ao menos até setembro, esta redução do valor segue garantida pelo Governo Federal.
Os demais combustíveis, no entanto, devem ter um aumento nos seus preços. O Ministro da Fazenda alega que o movimento é importante. Ele defende que, se o Governo manter a desoneração, poderá ter sérios problemas econômicos em um futuro próximo, o que poderia trazer mais complicações para os motoristas.
Redução da gasolina?
Dentro do Governo Federal, há uma grande expectativa em torno da possibilidade de a Petrobras anunciar mais uma redução nos preços da gasolina nesta semana. Caso se confirme, seria a terceira redução nos valores deste combustível desde o anúncio do fim da Política de Paridade Internacional (PPI), confirmada em maio pela estatal.
Membros do Governo querem que a Petrobras anuncie esta redução justamente como uma resposta ao movimento do Ministério da Fazenda, que vai aplicar mais uma rodada de reoneração de impostos nos preços da gasolina e do etanol.
“O aumento (da tributação) previsto para 1º de julho vai ser absorvido por uma queda no preço, que foi deixada para esse dia. Nós não baixamos tudo que podíamos, justamente esperando o 1º de julho, quando acaba o imposto de exportação e o ciclo de reoneração, assim como vai acontecer com o diesel no final do ano, e já deixou uma gordura para acomodar a reoneração”, disse o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) em entrevista recente.
“A Petrobras deixou claro que obviamente vai olhar o preço internacional. Não tem como escapar disso porque ela importa. Ela pode, em uma situação mais favorável como agora em que o preço do petróleo caiu, mas que o preço do dólar caiu, combinar os dois fatores e reonerar sem impacto na bomba”, declarou Haddad.
E o que diz a Petrobras?
Mesmo depois das declarações de Haddad, a estatal disse que ainda não há nenhuma decisão tomada sobre o assunto. Ao menos é o que aponta uma nota enviada pela estatal no último dia 17 de maio.
“A Petrobras não antecipa decisões de reajustes e reforça que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado”, informou a empresa.
A desoneração dos combustíveis foi uma medida tomada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo semestre do ano passado. Aquela decisão fez com que os preços dos combustíveis fossem reduzidos. Críticos, no entanto, dizem que a medida afeta negativamente as contas públicas.