O salário mínimo vai aumentar mais uma vez este ano? Esta é uma pergunta que segue sem resposta do Governo Federal. Segundo as informações oficiais, reuniões do grupo de trabalho da área devem ocorrer em Brasília para definir o que poderá acontecer com este patamar.
Hoje, o salário mínimo é de R$ 1.302, um aumento de 7,4% em relação aos R$ 1.212 que foram pagos no ano passado. Este já é um reajuste real, porque está acima da inflação de 2022. Contudo, há uma pressão para que Lula aplique aquilo que seria um segundo aumento no ano.
Segundo apurações do jornal O Estado de São Paulo, representantes de Centrais Sindicais estão pessimistas. Em reuniões recentes, eles levaram uma proposta de realização de um novo aumento com base na inflação e no Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos dois anos. Por esta conta, o salário poderia subir para R$ 1.342.
Membros destas Centrais concordam que o Governo não deverá atender esta demanda ainda este ano. Eles acreditam que na reunião, o poder executivo deverá optar por uma espécie de meio-termo, pagando um valor intermediário entre o valor atual e o pedido das Centrais.
Ainda com base nas informações do Estadão, Centrais Sindicais acreditam que o mais provável é que o Governo Federal feche questão em torno dos R$ 1.320. Vale lembrar que este foi o valor definido e aprovado pelo Congresso Nacional ainda no final do ano passado.
Contudo, mesmo depois desta aprovação, o fato é que o presidente Lula (PT) ainda não assinou nenhum decreto sobre o tema. Assim, até segunda ordem segue valendo o plano de aumento para a casa dos R$ 1.302, valor que foi definido por Bolsonaro ainda no ano passado.
Em entrevista ao portal Uol no final da última semana, a Ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB) falou sobre o tema. De acordo com ela, existe a possibilidade de um novo aumento do salário, mas esta elevação teria que vir acompanhada de um corte de gastos em outras áreas.
“Quando o presidente disser ‘fechamos um acordo’ (para reajustar o piso) de R$ 1.310, R$ 1.315, R$ 1.320, (e perguntar) ‘de onde poderíamos cortar?’, eu tenho por obrigação que apresentar o quadro e dizer onde cabe ou não (corte em verba) e onde é prioritário, para ele escolher”, disse Tebet.
“Tenho noções, mas não vou adiantar, sob pena de abrir uma discussão do que passa a ser prioritário ou não, e atrapalhar uma possível negociação nessa questão”, disse a Ministra. Uma decisão final sobre um novo aumento do salário mínimo só deve acontecer dentro de mais algumas semanas.
Em declaração na última semana, Lula disse que o mercado costuma se irritar mais com o possível aumento do salário mínimo, do que com outras situações.
“Qualquer palavra que você fale na área social – ‘vou aumentar o salário mínimo em 10 centavos’, ‘vamos corrigir o IR’ – o mercado fica nervoso, fica muito irritado. Agora, um deles joga fora 40 bilhões de uma empresa que parecia ser a mais saudável do planeta e esse mercado não fala nada, fica em silêncio”, prosseguiu. “Por que tanto amor pelos grandes e tanto desinteresse pelos menores?”, questionou Lula.