De acordo com o levantamento da CNC, 59 das 100 profissões que mais empregam no país pagam até dois salários mínimos (R$ 2.200), ficando abaixo até do salário médio no Brasil, que atualmente é de R$ 2.400.
O levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, mostrou o ranking do salário médio no país e considerou as profissões que mais empregam no país. Estas 100 ocupações correspondem a 72% do número de empregos formais hoje no Brasil.
Entre os valores de contratação mais baixos, estão os cargos de operador de telemarketing (R$ 1.144,96) e os salários médios mais altos ficam para o posto de médico clínico geral, que recebem R$ 8.480,66.
De acordo com os dados do Ministério da Economia, o salário médio real para admissão no país registrado no mês de agosto foi de R$ 1.792,07, o que representa o menor valor dos últimos 12 meses.
E se no cálculo for descontada a inflação medida pelo INPC, esse valor representa uma queda de R$ 15 no comparativo com julho, onde o salário médio para a admissão esteve em R$ 1,807,07. Em agosto do ano passado, o salário médio era de R$ 1.905, além de uma inflação mais baixa.
Com a disparada da inflação e com um alto índice de desempregados, disputando por poucas vagas no mercado, os salários oferecidos são cada vez mais baixos, mesmo com 85% das profissões gerando mais vagas do que demissões no mercado de trabalho.
Porém o grande problema está sendo notado na renda média, onde dois terços das profissões que mais geram empregos no país estão perdendo os ganhos por conta da alta inflação e mesmo com os últimos reajustes salariais, não está sendo possível obter ganho real.
Os números do Caged também mostram que o país segue gerando vagas de emprego com carteira assinada, apesar da economia ter perdido o fôlego nos últimos meses, agravado pelas crises políticas.
Estamos em um período de contratações temporárias e ainda é altíssimo o número de pessoas desempregadas, a tendência é que o empregador ofereça um salário mais baixos aos novos funcionários, com a justificativa da incerteza econômica.
E como o momento é muito difícil sobretudo para o trabalhador, ele acaba aceitando uma baixa remuneração que é melhor do que continuar desempregado. A inflação acima de dois dígitos acaba dificultando a correção dos salários e também deteriora o poder de compra do trabalhador.
Entre as ocupações que tiveram o maior aumento no saldo de empregos nos últimos doze meses, citamos o alimentador de linha de produção, com 215.723 contratações, vendedor de comércio varejista com 166.188 contratações e também faxineiro, com 133.158 novos contratados.
Porém, importante dizer que o número de novos empregos não tem consequência direta com o salário médio ou poder de comprado brasileiro.