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Saiba o que é a deflação e como ela impacta na economia brasileira

De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve no mês de junho, em todo o país, uma deflação de -0,8%. Esses dados são relativos ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o mês. Todavia, essa foi a primeira queda registrada, desde setembro de 2022.

Na prática, a deflação é uma inflação que apresenta números negativos, ou seja, há um recuo no preço praticado para as negociações de produtos e serviços em todo território nacional. Analogamente, isso quer dizer que há uma queda na média de preços praticados no país, o que pode significar uma boa notícia para a economia.

No entanto, isso não quer dizer que todos os produtos negociados caíram. Alguns setores da economia durante o período recuaram, enquanto que outros, apresentaram estabilidade, ou ficaram mais caros. O índice de junho teve uma forte influência de quedas nos valores negociados de bebidas e alimentos (-0,6%).

O setor de transporte também contribuiu para uma deflação no mês passado, com -0,41%. De acordo com o IBGE, os dois setores juntos apresentaram um recuo de -0,22% na estimativa para junho deste ano. Esta é uma ótima notícia para o consumidor brasileiro, tendo em vista que ele pode economizar na compra de alguns produtos.

Redução do IPCA

Durante a pesquisa feita pelo IBGE, constatou-se que no mês de junho deste ano, cerca de 300 produtos e serviços ficaram mais baratos no período do levantamento. Dessa maneira, o índice de difusão da inflação teve uma queda exponencial de 50% no mês, contra 56% apresentados pelo instituto no mês de maio de 2023.

Entre os produtos que ficaram mais baratos para os consumidores brasileiros no mês de junho, podemos destacar o óleo de soja, com -8,96%, frutas, com -3,38%, leite longa vida, com -2,68%, e carnes, com -2,10%. Além desses, houve uma queda nos preços do óleo diesel, etanol, gás veicular, gasolina, e energia elétrica.

Deflação no país/Fonte: Pixabay.

A deflação é realmente positiva?

A princípio, é conveniente ressaltar que na situação atual da economia brasileira, um cenário de deflação no país pode ser considerado positivo. Os consumidores podem dessa maneira, economizar bastante na aquisição de alguns produtos e serviços disponíveis no mercado, que ficaram mais baratos durante o período.

Com o recuo da inflação, alguns aspectos da economia são beneficiados, visto que aumenta o poder de compra da população, e estimula o consumo no país. Entretanto, a longo prazo, a deflação pode ser prejudicial. É um risco se ela durar por um longo período de tempo, como por exemplo, durante um ano inteiro.

Com o cenário prolongado de deflação, seus efeitos na economia do país acabam sendo contrários. A indústria nacional acaba por deixar de produzir, já que o preço de venda dos seus produtos não é satisfatório. Neste sentido, há um aumento considerável do desemprego, e a economia então entra em uma recessão.

Em síntese, com a deflação, pode ocorrer um ciclo vicioso, reduzindo os postos de trabalho e consequentemente, com o consumo da população. Sendo assim isso se transforma em uma bola de neve, já que em um cenário onde as pessoas consomem menos, as indústrias são prejudicadas e acabam demitindo ainda mais.

Inflação em 12 meses

Ademais, durante o período de 12 meses, a inflação no país apresenta uma grande desaceleração. O IPCA para o período, está em 3,16%, bem abaixo dos 3,94% demonstrados nos 12 meses anteriores. Segundo o boletim Focus desta semana, o mercado espera que a inflação para o ano de 2023 fique na casa dos 4,95%.

Deve-se observar que esta é a oitava previsão para a inflação no país que aponta para um recuo inflacionário estimado pelo mercado. De fato, a inflação no ano passado, ficou a 5,79%. Sendo assim, o consumidor brasileiro pôde perceber o recuo dos preços  e um aumento de seu poder aquisitivo devido a economia.

Em conclusão, os índices inflacionários medem a variação de preços dos produtos e serviços, e seus impactos no custo de vida dos brasileiros. Convém observar que a variação de preços sentida pela população é maior do que os índices apresentados. Entretanto, a deflação de junho mostra uma perspectiva positiva para o futuro.