A romantização do excesso de trabalho pode ser vista por todos os lados. Vemos pessoas sendo elogiadas por terem rotinas sofríveis, enquanto a desigualdade aponta riquezas excessivas em outras esferas sociais.
Isso, de maneira geral, faz com que as pessoas entendam que trabalhar demais é a única forma de atingir os sonhos. E ainda: que vale à pena pôr a saúde física e mental em risco em prol de “algo maior”, que mal se sabe se chegará ou não.
Por isso, precisamos discutir sobre o assunto. Apenas ver o excesso de trabalho como “algo bom”, ou achar que a rotina incansável e com correria sem fim é realmente boa, pode fazer com que você mergulhe em um dia a dia de extremo estresse e ansiedade.
A seguir, no entanto, vamos discutir alguns apontamentos sobre isso. Acompanhe.
Achar que está tudo bem, viver um dia a dia com trabalho sem fim, é muito perigoso. Isso pode fazer com que você aceite cada vez mais trabalho e cargas cada vez mais excessivas e, até mesmo, abusivas. Tudo isso com o intuito de prover o sustento da família ou atingir um patamar social que, por ora, está sendo imposto pelos outros.
Embora a mídia e muitas pessoas digam que é “lindo” uma pessoa que trabalha em dois ou três empregos para manter a família, isso é muito desgastante e, até certo ponto, desumano!
Devemos parar de confundir o “sair da zona de conforto” com o “mergulhar em uma rotina torturante”. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. E a segunda, no caso, provoca um estresse intenso, fazendo com que o sujeito adoeça mentalmente e tenha a sua vida posta em risco.
Estresse, ansiedade, depressão, crises do pânico… São inúmeros os efeitos psicológicos que a romantização do excesso de trabalho pode provocar na vida de um sujeito. Este, que necessariamente precisa expor o seu corpo e a sua mente a uma rotina de trabalho sem fim, sente que, em algum momento, não dará conta.
E quando essa sensação vem, a sobrecarga domina a mente, o corpo e a vida desse indivíduo. A produtividade cai, e o inesperado acontece: perde-se o emprego, mesmo depois de se “dedicar tanto”. Logo, cria-se uma bola de neve de insatisfação com a vida.
Ao mesmo tempo, o excesso de trabalho torna qualquer outra atividade insignificante. Antes, os hobbies faziam parte da vida do sujeito, hoje, o trabalho está acima de tudo. E por estar acima de tudo, afasta os hábitos saudáveis, os amigos, os momentos de prazer e bem-estar, e o descanso.
À medida que o tempo passa, esse excesso não fica apenas na mente e na rotina. Ele escorrega para o corpo. E assim, vai impactando diversas esferas da vida do sujeito.
Quando o corpo cansa, a mente já não conseguiu mais dar conta de tanta sobrecarga e tanto peso que a romantização do excesso de trabalho tem desencadeado na vida do sujeito. Aqui, doenças físicas também podem surgir, mesmo que tenham um viés psicossomático.
Precisamos, diante desse cenário, parar de romantizar o sofrimento alheio. Ninguém merece sofrer. Ninguém merece uma rotina terrível para conseguir realizar os seus sonhos ou ter o mínimo para sobreviver. Isso não é bonito. Isso machuca, dói, adoece e mata.
Pense sobre isso e vamos, todos juntos, parar de aumentar a romantização do excesso de trabalho. Devemos sim ter um momento para descanso, para momentos em família, e para, simplesmente, sermos improdutivos. Ninguém merece ter que ser produtivo o tempo todo. Diga não a essa romantização!