A determinação de Marcelo Crivella de reabrir refeitórios, creches e escolas municipais no Rio de Janeiro não foi bem recebida por grande parte dos profissionais da educação.
O Sindicado Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) entrou com uma representação criminal contra o prefeito Crivella (Republicanos) no Ministério Público do Rio (MPRJ).
“Vamos responsabilizar criminalmente o prefeito Marcelo Crivella. A vida não pode ser banalizada. Se, na volta das escolas, um aluno ou professor adoecer a responsabilidade tem que ser do prefeito. O mesmo prefeito que, quando eleito, disse que ia cuidar das pessoas. Ele está fazendo isso com os objetivos eleitoreiros”, afirmou a coordenadora-geral do Sepe, Izabel Costa.
Para os trabalhadores tal decisão da prefeitura coloca em risco a saúde dos funcionários, assim como dos alunos. Segundo eles, uma volta às atividades não é viável em pleno auge de contaminação da Covid-19.
No ofício enviado ao MPRJ, os sindicalistas elencaram razões para serem contrários. Segundo o Sepe, o Rio tem “alto grau de contaminação”.
“Somos contra a reabertura das unidades escolares e contra o retorno das atividades escolares. A prefeitura está, à revelia das orientações de referência como Fiocruz, insensível e mantém até hoje a decisão de reabrir as escolas”, completou a coordenadora-geral do sindicato.
Em entrevista ao portal G1, o advogado de defesa do Sepe, Jorge Bulcão, disse que Crivella assume assim a possibilidade de ter mortes por Covid-19 entre alunos e professores da rede pública de ensino do Rio quando decide pela volta às aulas.
“Estamos fazendo a aplicação do artigo 132 do Código Penal, que é ‘expor a vida e saúde de outrem a perigo direto e iminente. É exatamente o que o prefeito está fazendo. (…) Hoje, o prefeito insistir na abertura do decreto, na verdade, ele está assumindo o resultado morte de várias crianças e profissionais de educação. Porque ele tem vasto material sobre a mortalidade do vírus”, declara o advogado Jorge Bulcão.
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