Com o boom das redes sociais e a consequente exposição de pessoas que compartilham suas vidas para uma rede de amigos e família, outra prática tem se tornado cada vez mais frequente: pais compartilharem fotos e vídeos de seus filhos, ao que damos o nome de sharenting.
Apesar dos vários aspectos positivos de registrar a vida do filho, quando se olha para a realidade das mídias sociais, onde todas as informações estão eternizadas, é possível ver uma série de problemáticas que podem vir a prejudicar o presente, bem como o futuro das crianças.
Segundo uma pesquisa britânica feita em 2017 com 2 mil pais de crianças pequenas, pais e responsáveis publicavam online, por ano, cerca de 195 fotos de seus filhos. Antes de completarem cinco anos, essas crianças já tinham em média mil fotos suas postadas na internet.
Por isso, é importante que os pais sempre reflitam antes de uma publicação e incluam as crianças no processo de decisão sobre o que será postado sobre elas online, de forma a educá-las sobre privacidade, consentimento e como se portar nas redes sociais.
Para Fernando Bousso, sócio e head de privacidade e proteção de dados do escritório Baptista Luz Advogados, a rede traz riscos maiores do que o excesso de compartilhamento pelo mau uso dos dados pessoais de terceiros.
“O primeiro desses riscos é o de roubo de identidade a partir de fotos e informações pessoais obtidas online. As crianças são vistas como alvos em potencial para esse tipo de roubo. Como passam anos da infância sem precisar de determinados documentos, elas podem ter suas informações usadas ilegalmente por muito tempo sem que isso seja detectado”.
Para os pais que desejam ter mais cuidado com o que compartilham dos filhos, Fernando dá ainda algumas recomendações.
“É importante conhecer as políticas de privacidade de sites e redes, para poder escolher com qual público quer compartilhar. Além disso, recomendo registrar-se para receber notificações sobre o que é publicado, e não compartilhar a localização física da família em fotos”.
Para muitos pais, essa é a primeira geração de filhos nascidos já com as redes sociais, então a autoridade deles deve ser relativizada em prol do melhor interesse da criança.
Os princípios que as regem devem prevalecer, de modo a resguardar todos os direitos básicos e fundamentais, mesmo dentro do mundo online.
Os riscos dentro da internet são, muitas vezes, eternos e, por isso, os pais devem zelar pela preservação de seus filhos.
Fonte: Assessoria de Imprensa do escritório Baptista Luz Advogados
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