A conhecida Revolta da Vacina foi um acontecimento rápido, mas muito icônico para o Brasil. Por isso, merece ser estudada com mais profundidade, afinal, há grandes chances de ser cobrada em provas.
Para início de conversa, o final do século XIX e o início do século XX foi muito “movimentado”, digamos assim. Principalmente aqui no Brasil, com sua proclamação da república firmada há pouco.
Em vista disso, o governo buscava meios de modernizar o país enquanto consolidava o novo sistema político.
A capital do Brasil à época ainda era o Rio de Janeiro, cidade que não tinha uma boa imagem por ter problemas de higiene e desorganização. Por conta disso, o Governo Federal começou um processo de modernização para promover o país no exterior.
O governo precisou realizar reformas para melhorar o aspecto do nosso país e esse processo foi viabilizado por meio das políticas de urbanização.
Essa política consistia em expulsar as pessoas mais pobres do centro da cidade e na demolição de cortiços. Por isso ficou popularmente conhecida como “política bota-abaixo”.
Essas medidas foram determinantes para ocupações nos morros, iniciando o processo de favelização da cidade do Rio de Janeiro, característica da ‘cidade maravilhosa’ atualmente.
Além disso, iniciou-se um processo de reforma sanitarista para combater três doenças:
Como estímulo para contenção de tais doenças, é criado o Instituto Soroterápico Federal conhecido hoje com Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz. Tem esse nome porque quem liderava a organização era o cientista, médico, sanitarista e epidemiologista Oswaldo Cruz .
A seu cargo ficava a vacinação obrigatória para a varíola. As redes de saúde tomaram como medida a vacinação compulsória.
Ou seja, as casas eram invadidas e as pessoas obrigadas a tomar as vacinas.
A insatisfação era tamanha por causa das ações autoritárias que foi criada a “Liga contra a vacinação obrigatória”. Para se ter ideia, para conseguir estudar, trabalhar e até mesmo casar era necessário apresentar a caderneta de vacinação.
Em 11 de novembro de 1904 o povo foi às ruas do centro do Rio de Janeiro para protestar contra a vacinação obrigatória e as medidas autoritárias impostas pela nova república.
Os protestos foram um tanto radicais e ocasionaram até mesmo o tombamento de bondes. A partir disso houve uma grande intervenção do exército contra os atos.
A saber, as manifestações tinham a participação de estudantes, imprensa, classes mais pobres, assim como militares descontentes com o autoritarismo do governo.
A Revolta da Vacina durou seis dias apenas. Não perdurou mais tempo porque sofreu com a forte repressão do governo. Cerca de 30 manifestantes morreram no conflito. Ao menos 100 ficaram feridos e 945 foram presos.
Além disso, o governo tomou como medida a deportação de 461 manifestantes para o Estado do Acre.
Ainda foi decretado Estado de Sítio para combater a insatisfação popular. Com isso foi facilitado a prisão e castigo dos protestantes.
Vale dizer que a revolta foi importante, pois levou à suspensão da obrigatoriedade da vacinação. E mostrou o quanto é importante a participação do povo contra reformas autoritárias.
Foi um importante marco na história brasileira. Pode ser considerada o símbolo de um duro período que passou o Rio de Janeiro, principalmente pelo cunho higienista e excludente do governo na época.
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