A inflação no Brasil vai ser responsável por apertar ainda mais a renda das pessoas mais pobres. Pelo menos essa é a projeção da rede de consultoria Tendências, que passou por uma divulgação ainda nesta segunda-feira (5). Tudo isso vai acontecer, entre outras coisas, pelo aumentos do valor do custo de vida no país.
Vale lembrar, por exemplo, que o arroz subiu mais de 50% nos últimos 12 meses. Além disso, o feijão teve um aumento de 31% e o gás de 24% neste mesmo período. E isso sem falar do preço da conta de luz. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), esses valores irão ficar ainda mais salgados nos próximos meses.
É justamente por isso que o espaço disponível para as compras além do básico vai ficar menor. E de acordo com a Tendências, as pessoas que fazem parte das classes D e E é que irão sofrer mais com isso. Esse espaço de gastos deve encolher 17,7%. E isso mesmo considerando a continuidade do pagamento do Auxílio Emergencial por mais alguns meses.
“O impacto negativo no consumo é direto, já que a renda dos mais pobres vai toda para o consumo. Houve enxugamento das transferências sociais, e a retomada do mercado de trabalho está muito gradual”, disse Lucas Assis, que é um dos economistas da consultoria. Ele alertou para a situação dos próximos meses.
O que Assis está dizendo na prática é que o enxugamento do Auxílio Emergencial vai ser responsável pela piora da situação das pessoas mais pobres. Isso porque com o dinheiro que o Governo Federal está pagando não dá para comprar muita coisa. Nem produtos básicos, nem itens extras no final do mês.
De acordo com o Ministério da Cidadania, cerca de 39,1 milhões de brasileiros estão recebendo o dinheiro do Auxílio Emergencial neste momento. São pessoas que se inscreveram no projeto no ano passado.
Os valores deste ano, no entanto, são notadamente menores do que aqueles que se viu em 2020. No ano passado, o Governo Federal chegou a pagar parcelas de até R$ 1200 para alguns grupos. Nesta nova versão, o valor máximo de pagamentos é o de R$ 375.
O Governo Federal alega que isso está acontecendo porque o país não está mais oficialmente em um período de calamidade pública. De acordo com o Congresso Nacional, essa regra expirou ainda no último dia 31 de dezembro de 2020.
De qualquer forma, o Governo vem afirmando internamente que deve prorrogar esses pagamentos do Auxílio Emergencial por mais alguns meses. Isso porque eles estão entendendo que a pandemia do novo coronavírus ainda não deu uma trégua.
Os valores, no entanto, deverão seguir os mesmos. Serão mais dois ou três meses de montantes que variam entre R$ 150 e R$ 375 a depender de cada pessoas. As mulheres solteiras que sejam mães, por exemplo, recebem essa parcela maior.
O Presidente Jair Bolsonaro deverá fazer um pronunciamento em breve para divulgar mais detalhes sobre esse programa em questão. Na ocasião, ele também deverá apresentar o novo Bolsa Família. A ideia é justamente criar projetos para ajudar famílias a aumentarem o poder de compra.