Mesmo após negar por diversas vezes a necessidade de racionamento na energia elétrica, o ministro o de Minas e Energia, Bento Albuquerque, declarou que não há como prever o futuro quando se fala deste assunto. As informações são de entrevista dada à GloboNews.
Antes disso, o ministro negava qualquer possibilidade de racionamento de energia elétrica: “não trabalhamos com a hipótese de racionamento”, teria dito ele em uma audiência na Câmara dos Deputados. Ele também chegou a dizer que o “risco zero” de um racionamento, mas parece que o discurso mudou.
“As medidas que estamos adotando estão apresentando resultados, estão surtindo efeito, mas não temos como prever o futuro”, disse ele nesta quinta-feira (02). Mesmo assim disse que o governo vem trabalhando com perspectivas de chuva e demanda que afastam a necessidade de qualquer racionamento “seja em outubro seja em novembro”.
Ele ainda declarou que o governo vem adotando diversas medidas para lidar com a crise hídrica. “Em abril deste ano, estávamos em condição melhor do que em abril de 2020. Isso mostra que nossas medidas foram corretas e estavam dentro da gestão do sistema elétrico brasileiro”, completou.
Especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional afirmaram que as medidas aplicadas pelo governo deveriam ter sido feitas a pelo menos três meses atrás e que descartar o racionamento não é a melhor atitude de um governo que pensa no futuro.
Entre as medidas adotadas para conter a crise energética estão a criação da nova bandeira tarifária a “escassez hídrica”, que não é aplicada a grandes consumidores como indústrias, por exemplo. Outra medida foi programas de incentivo de redução de energia tanto para consumidores como alta ou baixa tensão.
“O governo demorou para agir. O governo errou também quando dizia que não se pensa na hipótese de racionamento. Tecnicamente falando, quando você tem um regime de chuvas que não corresponde à média, você tem que olhar para a frente. Esse é o papel de quem planeja, ou seja, você tem que começar a trabalhar com cenários onde os riscos existem e, principalmente quando você analisa riscos, você vê a consequência do que acontece se esses riscos se materializarem”, analisou David Zylbersztajn, professor da PUC Rio, em entrevista ao JN.
O custa da geração de energia ficou mais caro devido a necessidade de importação de energia e também o acionamento das termelétricas, que usam combustíveis o que encarece o processo, o custo mais caro é repassado ao consumidor final.