Os trabalhadores do Brasil receberam uma grande notícia nesta semana. De acordo com o levantamento mensal realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), quase nove em cada dez reajustes salariais superaram a inflação no país em maio.
Isso quer dizer que a maioria absoluta dos trabalhadores com carteira assinada tiveram aumento no seu poder de compra no quinto mês de 2023. Esse dado é muito positivo para todos os brasileiros que desejam ver seu rendimento mensal crescer.
A saber, o Dieese faz uma relação entre os reajustes salariais e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em resumo, o indicador mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país.
Cabe salientar que o INPC é utilizado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em outras palavras, o governo federal se baseia na variação registrada pelo indicador para definir os reajustes no país.
Por isso que o INPC, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um indicador tão importante para os trabalhadores do Brasil.
Em 2023, o Brasil está conseguindo superar as dificuldades e segue fortalecendo a sua atividade econômica. As projeções indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deverá crescer 2,19% neste ano, taxa menor que a registrada em 2022 (2,9%).
No entanto, vale destacar que as estimativas no final do ano passado estavam em 0,70%. Em suma, a melhora da economia brasileira nos primeiros meses de 2023 aumentaram o otimismo dos analistas do mercado financeiro. Aliás, o desempenho do PIB brasileiro ainda pode surpreender em 2023.
Em meio a esse cenário, os reajustes salariais também estão animando os trabalhadores. As taxas registradas nos meses de 2023 indicam ganho real do poder de compra dos trabalhadores, o que também aconteceu em maio.
Segundo o levantamento, os resultados observados no quinto mês deste ano foram os seguintes:
Em síntese, a comparação é feita com a variação acumulada pelo INPC nos últimos 12 meses, até maio. No período, o indicador oscilou 3,84% em comparação aos 12 meses imediatamente anteriores, e a maioria dos reajustes salariais teve uma alta mais forte que essa variação, resultando em ganho real para o trabalhador.
Quando ocorre o contrário, com os acordos e convenções ficando abaixo da inflação, o trabalhador tem a sua renda reduzida. Isso porque o reajuste salarial não consegue acompanhar o aumento dos preços de produtos e serviços no país.
Já nos casos de reajustes equivalentes ao INPC, os trabalhadores seguem com o mesmo poder de compra. Em síntese, os empregados continuam podendo comprar os itens que tinham condições de adquirir no ano anterior, pelo menos na teoria.
Entretanto, não há possibilidade de aumento do consumo, uma vez que a renda subiu apenas o suficiente para mantê-lo no mesmo patamar do ano anterior.
Entre os segmentos pesquisados, a indústria teve o maior número de reajustes acima da inflação do país em abril de 2023, chegando a 76,2% do total dos reajustes. Já as negociações abaixo do INPC totalizaram apenas 6,9%, enquanto 17,0% ficaram iguais à inflação medida pelo índice.
Com dados bastante semelhantes, os serviços fecharam o quinto mês deste ano com 75,5% dos reajustes acima da inflação. Por outro lado, o volume das negociações ficaram abaixo do INPC no período somaram 6,6%, enquanto os 17,9% dos acordos restantes tiveram uma variação igual a da inflação.
Embora os dados da indústria e dos serviços tenham sido muito positivos, o comércio não conseguiu registrar resultados tão positivos assim para os trabalhadores do país. Entretanto, os dados do setor ainda foram positivos para os empregados.
Em suma, 52,8% dos reajustes ficaram acima da inflação, o que quer dizer que mais da metade dos trabalhadores do setor de serviços viram o seu poder de compra crescer no quarto mês deste ano.
Por outro lado, 6,3% das negociações ficaram abaixo do INPC e não representaram ganho real para o trabalhador dos serviços. Esse percentual foi o menor entre os três segmentos pesquisados, mas bem próximo dos demais.
Enfim, os 40,9% dos acordos e convenções restantes ficaram iguais ao INPC e também não resultaram em ganho real para os empregados do setor. Contudo, diferentemente dos reajustes abaixo da inflação, estes acordos não reduziram o poder de compra dos trabalhadores.