Tecnologia

Publicidade aumenta em até R$ 1 mil renda de motoristas de app no RJ

A partir de um modelo de negócio inovador e que traz benefício a motoristas de aplicativo, a Mobees, empresa de tecnologia para publicidade (adtech), conseguiu fazer com que a propaganda de seus clientes impactasse pessoas 1,3 bilhão de vezes em um ano. Ao mesmo tempo, ela consegue aumentar a renda dos motoristas de app. Para tanto, a empresa utiliza um modelo de publicidade que usa telas em cima de carros para levar a mensagem para onde quer que o veículo leve (veja na imagem abaixo). 

Propaganda pode ser gerenciada remotamente e em tempo real pela Internet (foto: divulgação).

 

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O CTO da adtech, José Lyra Júnior, explica que a empresa pensou em um modelo de negócios que pudesse ajudar motoristas de app com uma nova fonte de renda sem que ele precisasse fazer algo a mais. Ao mesmo tempo em que roda com um passageiro, o motorista espalha pela cidade a propaganda dos clientes da Mobees. Ao atingir determinada distância em trajetos, o parceiro pode captar até R$ 1 mil a mais por mês. A adtech também conta com programas de premiação, para incentivar os motoristas. 

Hoje, a empresa atua apenas na cidade de Rio de Janeiro com cerca de 200 motoristas parceiros e 35 clientes, com a vantagem de trazer mais controle e gestão para os anunciantes. Isso porque é possível segmentar a propaganda com base no horário, clima (chuvoso, ensolarado, etc.) e local que o motorista está circulando naquele momento. As próprias telas utilizadas nos carros também contam com um sensor de brilho, que gerencia automaticamente o brilho. 

Tudo isso é feito remotamente, sem a necessidade de o motorista intervir. “O cliente consegue acompanhar todo esse processo em tempo real e alterar os locais e horários de exibição do seu anúncio”, explica o CTO. Além disso, é possível utilizar vídeos ou imagens para impactar as pessoas. A Mobees só não usa o som, pois não deseja causar poluição sonora. 

IoT integrada na solução

A solução da Mobees também permite maior gerenciamento sobre o impacto da publicidade. Na infraestrutura de telas que é montada em cima do carro, é possível instalar dispositivos de Internet das Coisas (IoT). Um que já está disponível é um sensor de Wi-Fi, que mede a quantidade de aparelhos perto do carro, sabendo identificar quais são smartphones.  

Como a maioria das pessoas só carrega um smartphone consigo, a Mobees consegue traçar o número de pessoas possivelmente impactadas pela publicidade a partir deste dado. Lyra destaca que não há captura de informações pessoais, garantindo que a empresa não fere nenhum princípio da privacidade ou da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 

Outra possibilidade da plataforma é usar sensores para capturar dados sobre umidade do ar e poeira para ajudar prefeituras na gestão da cidade. “A ideia é fazer parcerias com governos municipais e oferecer gratuitamente esses dados para melhorar a vida do cidadão”, explica o CTO. A Mobees, no entanto, ainda não tem nenhuma parceria do tipo e Lyra aponta esse como um dos próximos passos da adtech. 

Planos de expansão

A Mobees foi criada por três pessoas que desejavam criar uma solução para melhorar a vida das pessoas envolvidas na “gig economy”, conceito que aborda trabalhadores autônomos, como na questão da renda de motoristas de app. A empresa recebeu, recentemente, cerca de R$ 5,5 milhões de uma rodada de captação de recursos e pretende expandir a atuação. 

Lyra diz que a Mobees está de olho nas maiores cidades do Brasil e ir para São Paulo seria um passo natural, mas a adtech precisa se adequar à regulação da metrópole, que impede poluição visual. No momento, a empresa pretende fechar o ano com, pelo menos, mais cem motoristas parceiros no Rio de Janeiro ou em outra localidade em que atingirem. 

Com um modelo de produto e serviço parecido com o busdoor, as propagandas no vidro traseiro dos ônibus, o CTO não vê interesse em fornecer sua solução para empresas de transporte público. Segundo ele, a tecnologia da Mobees entrega mídia programática para a propaganda na rua, o que é diferente do tradicional busdoor.