O Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (8) que o Auxílio Emergencial deve passar por uma prorrogação de dois ou três meses. De acordo com o Ministro, isso vai acontecer porque a pandemia do novo coronavírus ainda está matando muita gente no Brasil.
No entanto, o próprio Ministro disse nessa mesma declaração que existe uma possibilidade de aumentar ainda mais esse período de prorrogação. De acordo com ele, tudo vai depender portanto do ritmo da vacinação contra a Covid-19 no Brasil.
“Todos os governadores estão dizendo que toda a população adulta estará vacinada no final de setembro. Se isso não acontecer, a gente estende o auxílio emergencial. Nós estamos estendendo para agosto e setembro. Se for necessário, estenderemos mais”, disse o Ministro.
A lógica de Guedes é simples: o Governo Federal só vai parar de pagar o Auxílio Emergencial quando toda a população adulta do país estiver vacinada contra a Covid-19. Recentemente, alguns governadores disseram se fato que irão fazer isso até o próximo mês de outubro.
Foi o caso, por exemplo, do Governador de São Paulo, João Dória (PSDB). Em uma coletiva, ele disse que o toda a população adulta do estado vai receber a vacina nos próximos meses. O seu companheiro de partido, o Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) também deu uma previsão semelhante para os gaúchos recentemente.
A grande questão é que a grande maioria dos especialistas em saúde pública não estão sendo tão otimistas assim. De acordo com eles, o país ainda tende a demorar mais um pouco para conseguir vacinar toda a sua população adulta. É que existe uma série de variantes nessa condição.
Há de se considerar, por exemplo, que mesmo que São Paulo consiga cumprir a promessa de vacinar todos os adultos até outubro, isso não vai significar dizer que o resto do país vai conseguir também. E o fato é que, ao contrário do que disse Paulo Guedes, a grande maioria dos Governadores não está prometendo nenhuma conclusão de vacinação ainda.
Além disso, é preciso ter em mente que milhões de pessoas podem decidir não se vacinar. De acordo com especialistas, isso é um perigo em vários sentidos. É que se uma grande parte da população não se imunizar, as chances de criação de novas variantes mais resistentes cresce. E aí a pandemia tende a demorar mais ainda para desaparecer. Pelo menos é o que os especialistas dizem.
O curioso em toda essa declaração do Ministro Paulo Guedes é que o próprio Presidente Jair Bolsonaro criticou duramente as pessoas que estavam pedindo pela prorrogação do Auxílio. No entanto, um dos seus próprios ministros foi à público dizer que essa possibilidade era real.
De acordo com informações de bastidores, a ordem dentro do Palácio do Planalto agora é investir pesado na construção do novo Bolsa Família. O Presidente Bolsonaro chegou a dizer que a média de pagamentos do programa subiria de R$ 190 para R$ 250.
No entanto, hoje sabe-se que ele quer subir ainda mais essa média. Agora, Bolsonaro está querendo elevar esse patamar para os R$ 300. No entanto, como Paulo Guedes anunciou a prorrogação do Auxílio Emergencial, então é provável que o novo Bolsa Família demore ainda mais para chegar no bolso dos brasileiros.