Nenhum grupo político quer tanto a prorrogação do Auxílio Emergencial agora quanto o Centrão. De acordo com informações de bastidores, esses parlamentares estão fazendo pressão não apenas pela extensão do benefício, como também para que ele aconteça fora do teto de gastos públicos.
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Mas qual seria o sentido disso? Fontes de dentro do Congresso Nacional afirmam que vários políticos estão preocupados com a questão das emendas parlamentares. E essa preocupação estaria aumentando agora por causa da proximidade das eleições que deverão acontecer no próximo ano.
O plano do Centrão é fazer com que a prorrogação do Auxílio Emergencial passe fora do teto de gastos. Assim, sobraria espaço no orçamento para que o Palácio do Planalto possa pagar essas emendas sem maiores problemas. Pelo menos essas são informações que estão circulando pela imprensa nesta quinta-feira (14).
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em entrevista recente que precisa aprovar a PEC dos precatórios. Esse assunto é complexo, mas o que interessa saber aqui é que a aprovação desse documento poderia abrir um espaço de algo em torno de R$ 50 bilhões para o Governo Federal no próximo ano.
Ainda de acordo com informações da imprensa, no entanto, isso não seria suficiente para o Centrão. Por isso eles querem que além da aprovação dessa PEC dos precatórios, o Congresso Nacional acabe aprovando também o aumento no valor créditos extraordinários para a prorrogação do Auxílio Emergencial
Esse cenário de extensão do benefício com recursos de fora do teto de gastos seria, portanto, a “tempestade perfeita”. Membros da pasta acreditam que esse poderia ser o pior movimento para as contas púbicas.
A ideia é que se o Centrão conseguir isso, o Governo Federal vai conseguir um grande espaço no teto de gastos para gastar muito no próximo ano. E isso é tudo o que o Palácio do Planalto quer neste momento.
Por isso, membros do Ministério da Economia estão fazendo pressão para que isso não aconteça. De acordo com o jornal Estadão, o Secretário Especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, teria adiantado que não vai assinar nenhuma prorrogação do Auxílio Emergencial nessas condições.
Vale lembrar que essa é apenas a discussão sobre o futuro do Auxílio Emergencial. Só que o Governo Federal ainda tem outros problemas para resolver. Uma dessas questões, por exemplo, é o novo Bolsa Família.
A Medida Provisória (MP) desse programa já está em tramitação no Congresso Nacional. Apesar de falar sobre a estrutura do projeto, o documento em questão não mostra uma série de detalhes como quantas pessoas irão receber esse dinheiro.
Também não se sabe até aqui qual vai ser a nova média de pagamentos. Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, a atual versão do Bolsa Família paga uma média de R$ 189 para cerca de 14,6 milhões de brasileiros todos os meses. A ideia é subir esse valor para R$ 300. Além disso, a quantidade de usuários subiria para a casa dos 17 milhões.