O ex-ministro Fernando Haddad (PT), concedeu nesta semana uma entrevista para o portal de notícias G1. De acordo com o candidato ao governo do estado de São Paulo, sua proposta para a segurança pública do estado é criar uma espécie de piso salarial para os policiais depois de uma série de negociações com a categoria.
“Precisamos discutir piso da categoria, chamar os policiais e discutir o piso da categoria, eu defendo um piso mais alto com progressão gradual. Pra quê fazer isso? Porque você atrai sangue novo para a carreira e nós precisamos disso, energizar, oxigenar a carreira”, disse Haddad durante a entrevista que aconteceu na segunda-feira (22).
“Eu vou sentar com a direção da polícia e nós vamos dar transparência e chamar especialistas para entender o que é razoável exigir do estado em quatro anos para a redução da criminalidade. O estabelecimento da carreira vai estar definido, o que vai ser pactuado é a progressão, ai sim. Quanto o policial vai ganhar quando entrar na carreira nós vamos fixar já, no começo da carreira, a progressão é com base no desempenho pessoal de cada profissional”, completou ele.
Nesse sentido, o candidato foi questionado como pretende colocar em prática essas e outra ideias tendo que atender os seis partidos que fazem parte de sua coligação. Além do PT, a base de Haddad tem partidos como PC do B, PV, PSB, PSOL e Rede na chapa.
“Eu acho que esses partidos que compõem a base, são seis partidos, eles estão no mesmo campo, campo do centro, centro-esquerda. Têm perspectivas aparentadas, embora não sejam as mesmas. Eu prefiro isso do que ter o Centrão na minha base. O Centrão é um grande mal para o país”, completou o candidato.
Em entrevista para o mesmo portal, o candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos), também falou sobre a questão dos direitos dos policiais. Entre outros pontos, o aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que é contra o uso de câmeras em fardas.
“Na minha opinião não (deve usar câmera), na minha opinião é incompatível com o tipo de atuação, com a natureza de atuação que ela tem. E quem disse que ela não vai seguir a lei não estando com a câmera. Por que você não acredita que ela não vai seguir a lei não estando com a câmera?”, disse ele.
“Me preocupa, por exemplo, a questão de uma tropa especial estar usando uma câmera. Será que cabe a câmera pra tropa especial? A Rota, a tropa de choque”, completou o candidato, que é um dos principais adversários de Fernando Haddad (PT) na disputa.
Nas eleições deste ano, o debate em torno dos direitos dos policiais ganhou novos níveis. Como estamos falando de uma responsabilidade do governo estadual, o debate sobre o assunto acontece de forma regionalizada.
Dessa forma, as candidaturas de esquerda começaram a falar mais sobre os direitos para esta classe trabalhista. Além de Fernando Haddad, há também sinalizações para este setor com candidatos do Rio de Janeiro, como Marcelo Freixo (PSB).
De todo modo, partidos de direita ainda parecem mais ligados à questão da segurança pública. Dados do Fórum Nacional de Segurança Pública apontam que 1866 profissionais da área se candidataram este ano. Em síntese, nesta eleição, partidos de direita e de centro-direita concentram 95% destas candidaturas.