Hoje, no Brasil, mais de 827 mil crianças com deficiência estão matriculadas na escola, de acordo com dados do Censo Escolar. Nas últimas décadas, o acesso de crianças, adolescentes e jovens com deficiência à escola comum foi ampliado. Porém, o simples acesso não é suficiente para garantir o desenvolvimento e sucesso escolar para todos.
É muito comum os educadores não saberem por onde começar para garantir a participação efetiva, em igualdade de oportunidades, para o desenvolvimento de todos os estudantes, com e sem deficiência.
Para inspirar professores e professoras com exemplos práticos, contamos a história da professora Loide Silva Aragão, que dá aula na Escola Municipal de Ensino Fundamental Emef Papa João Paulo II, em Aracaju (SE), e teve a ideia de confeccionar um macacão para auxiliar o pequeno João Mateus, de 5 anos e com paralisia cerebral, no desenvolvimento das atividades.
Ela passou meses estudando e conversando com uma costureira e fisioterapeuta para criar um macacão adaptado, no qual é possível “acoplá-lo” com ajuda de tiras com fivelas no corpo de um adulto. Dessa forma, o menino consegue se locomover e interagir com os colegas de aula.
O sonho da mãe de João, Itamara Santana Santos, é de que ele cresça forte e consiga evoluir e se comunicar com as outras crianças de sua idade.
A descoberta do comprometimento neurológico ocorreu quando João tinha cinco meses de vida. Quando completou quatro anos de idade, os pais perceberam que ele precisava conviver com outras crianças e decidiram matriculá-lo em uma instituição de ensino.
Foi justamente na escola onde a família encontrou a dedicada professora Loide. “Eu tenho compromisso com a criança que precisa. Eu dou o meu melhor, faço com excelência. Aprendi que a gente precisa amar o próximo como se fosse a nós mesmos. O caso de João é o mais severo que encontrei em minha trajetória profissional, mas eu não desisti. Busquei parcerias para fazer por ele o que gostaria que fizessem com um filho meu”, contou a professora.
Encontrar maneiras de fazer a criança aprender é o desafio de qualquer escola, seja ela pública ou privada. Adaptar exercícios e propor atividades específicas às limitações das crianças e adolescentes é possibilitar que elas sejam acolhidas e se tornem capazes de desenvolver habilidades e se sentirem integradas à sociedade.
Fonte: Razões para Acreditar