Economia

Privatização da Eletrobras: empresa lança sua oferta de ações

Nesta sexta-feira (27), a Eletrobras enviou a documentação necessária para que sejam realizadas ofertas de ações para a privatização da companhia. Com essa medida, a empresa deve lançar oficialmente ao mercado uma operação que, segundo o governo federal, deve movimentar cerca de R$ 30 bilhões. 

As ações devem começar a ser negociadas na B3, bolsa de valores oficial do Brasil, no dia 13 de junho. Segundo o governo, as operações envolverão uma oferta primária de novas ações, bem como secundária, que deve contemplar as ações já existentes. Além disso, também haverá ações ordinárias (com direito a voto). 

Desse modo, a participação do governo no capital social da Eletrobras será reduzida, já que a expectativa é de que apenas 45% das ações terão direito a voto. Esse valor representa menos da metade de ações necessárias para que os rumos da companhia sejam decididos pelo governo

Mais informações sobre a privatização da Eletrobras

Recentemente a Eletrobras informou a CVM que a capitalização da companhia deve ocorrer em fases. Sendo assim, entre os dias 3 a 8 de junho os investidores poderão manifestar interesse em ações da empresa e a partir do dia 9 de junho os preços de cada ação serão definidos. Por fim, no dia 13 as ações deverão ser vendidas.

Vale informar que hoje, as ações estão cotadas a R$ 44, de forma que a capitalização da Eletrobras pode movimentar até R$ 30 bilhões. De acordo com informações disponibilizadas pelo sindicato de funcionários da Eletrobras, a empresa vale aproximadamente R$ 400 bilhões.

Diversas ações judiciais vêm sendo elaboradas com o intuito de questionar a forma que as ações da Petrobras serão vendidas. Para Vital do Rêgo, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), essas ações se devem a erros ou omissões no processo de privatização. Para o ministro, a Eletrobras está sendo vendida a “preço de banana” por conta da pressa de Jair Bolsonaro em privatizar a Eletrobras antes do término do seu mandato. 

Dentre os oito ministros que participaram da votação para a privatização ou não da Eletrobras, Vital do Rêgo foi o único a se opor. O ministro citou o risco da  Eletronuclear (controlada pela Eletrobras) ser comandada pela iniciativa privada. Rêgo também criticou a avaliação do valor da hidrelétrica de Itaipu (R$ 1,2 bilhão), já que, para ele, o valor estaria subavaliado. 

Vale informar que se a privatização da Eletrobras não ocorrer antes do fim do mandato de Jair Bolsonaro, é possível que ela não aconteça. Outros pré-candidatos à presidência da República como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT) afirmaram ser contra a privatização da companhia, já que essa decisão pode acabar pesando no bolso dos consumidores.

O balanço do primeiro trimestre de 2022

Nesta sexta-feira, a Eletrobras publicou novamente o balanço do primeiro trimestre de 2022, com o intuito de incluir um parágrafo sobre as incertezas decorrentes da decisão de Furnas (subsidiária da Eletrobrás). A Furnas deve assumir a dívida arbitral de R$ 1,58 bilhão da usina de Santo Antônio Energia (Saesa).