O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (09/10), que a tecnologia é um instrumento atual com inúmeras possibilidades, que pode ser considerado como democratizante. Todavia, ele está participando do XXXIII Encontro de Lisboa, com os bancos centrais dos países que falam português.
Analogamente, em seu discurso, Roberto Campos Neto apresentou informações relacionadas à agenda de inovação do regulador brasileiro. Segundo o presidente do Banco Central, a instituição financeira percebeu que é necessário ter uma agenda de inovação paralela, para então contribuir com a inclusão e a sustentabilidade.
Roberto Campos Neto em seu discurso disse que, “A primeira conclusão que se tem é de que tecnologia é o instrumento mais democratizante que existe hoje”. Ele citou a atuação dos outros presidentes dos bancos centrais presentes na reunião. O presidente do Banco Central busca uma maior digitalização dos processos.
Neste sentido, ele defendeu a necessidade de alterar, transformar a intermediação financeira, através da tecnologia, “em alguma coisa mais digital”. A princípio, para Roberto Campos Neto, o objetivo do órgão regulador não é apenas desenvolver sistemas de pagamentos instantâneos, ou ainda o chamado open finance.
Ademais, vale ressaltar que o open finance permite que clientes e instituições financeiras compartilhem seus dados e informações. O presidente do Banco Central acredita que a utilização de tecnologia, pelo órgão regulador, pode fazer com que se observe um cenário completo, visto que todos os projetos se encaixam.
Em síntese, Roberto Campos Neto acredita que o Banco Central acabou identificando uma corrida por informações. Ele citou as grandes organizações empresariais, até mesmo as chamadas big techs, que agrupam serviços em uma mesma rede, como por exemplo, serviços de mensageria, conteúdo e pagamento.
O presidente do Banco Central diz que, “A gente via o WhatsApp querendo atuar em pagamentos no Brasil, o Google querendo fazer chat em outros lugares. Isso é uma cadeia digital muito poderosa”. Para ele, ter uma mensageria, conteúdo e pagamento agrupado em um mesmo sistema relativo a venda de um produto, é bastante benéfico.
Desse modo, o Banco Central atuou efetivamente para se inserir no contexto digital, desenvolvendo sua própria tecnologia. O regulador acabou por apresentar inúmeros serviços digitais, como o PIX, que é um ferramenta de pagamentos instantâneos, open finance, internacionalização de sua moeda, e a criação do Drex, moeda digital.
Durante o XXXIII Encontro de Lisboa, Roberto Campos Neto irá participar de uma rodada de conversas sobre a inovação de pagamentos. Ele estará junto a representantes de bancos centrais dos países de língua portuguesa. O presidente do Banco Central não falou sobre questões como a política monetária ou os conflitos no Oriente Médio.
Em suma, deve-se observar que o encontro dos bancos centrais em Lisboa é considerado um tipo de prévia relativa às reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial que são realizadas todos os anos. Em 2023 elas acontecerão na cidade de Marrakesh, no Marrocos, ainda durante essa semana.
Ademais, Roberto Campos Neto afirmou que a criação de uma nova tecnologia, relacionada a uma moeda digital, pode auxiliar na redução do custo de registrar e fazer negócios no Brasil. O Banco Central, neste momento, está desenvolvendo o Drex, um projeto de moeda digital criado pelo próprio órgão regulador.
Para o presidente do Banco Central ,a nova moeda digital é bastante diferente de outras que se veem em diversos países. Roberto Campos Neto diz que o grande desafio da nova tecnologia, é o de o sistema não desintermediar as instituições financeiras. Eles criaram um Token tendo como base um bloqueio de um depósito.
Aliás, para o presidente do Banco Central, a nova tecnologia, o novo modelo, é mais prático e eficiente, do que outros sistemas presentes no mercado. Como ele não realiza a desintermediação bloqueada, e está incluso no conceito de tokenização. O Drex, em termos práticos, é muito mais seguro, inovador e moderno.
Em conclusão, Roberto Campos Neto afirma que o Drex moderniza a parte de riscos, asset management, funding e gestão de colateral. Segundo o presidente do Banco Central, a moeda digital oferece aos bancos brasileiros, inúmeros benefícios. Ele cita, por exemplo, uma maior regulamentação, gerando uma maior eficiência.