Em entrevista ao Estadão, Priscila Cruz, presidente da ONG Todos pela Educação afirmou que o “O Brasil vai pagar um preço muito alto por escolher abrir bar antes de escola”. Assim, a especialista avalia os efeitos negativos de manter as escolas fechadas por tanto tempo.
Desde março deste ano as aulas presenciais foram suspensas em todo o Brasil e quase após seis meses, poucos estados retomaram as atividades. De acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil está entre países com escolas fechadas por mais tempo.
O fato preocupa Priscila que, além de mestre em Administração Pública por Harvard, é uma das maiores lideranças de educação no terceiro setor.
Assim, a presidente da ONG disse em entrevista que “Dá para afirmar com certeza, a desigualdade e a evasão vão aumentar, a aprendizagem vai cair. E a consequência no médio e longo prazo para o País é brutal.”
O papel dos governantes
Para a especialista, a proposta de volta às aulas presenciais apenas no próximo ano é “reducionista”. Assim, afirmou: “A decisão de deixar a abertura para o ano que vem é a pior que pode existir. O prefeito pensa: é muito complexo, tem muita opinião. E empurra o problema com a barriga”.
Mesmo reconhecendo que pais de alunos e educadores estão inseguros para volta às aulas, Priscila acredita que é necessário considerar que as aulas remotas são limitadoras. Nesse sentido, ela afirma que “é função de uma liderança pública tomar a decisão [de retomada] e deixar claros os critérios”.
“Às custas da educação, Estados e municípios reabriram o comércio. Poderíamos, às custas do comércio, ter reaberto as escolas”, disse a presidente da ONG Todos pela Educação.
Além disso, Priscila chamou atenção para o fato de que a situação do ensino remoto agrava a desigualdade no Brasil.
As informações são do Estadão.
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