Os preços médios da gasolina voltaram a subir nos postos do país, após quatro semanas de queda. Como os combustíveis comprometem uma renda considerável dos brasileiros, qualquer alta acaba pressionando o orçamento das pessoas que abastecem o tanque dos veículos.
Na semana passada, o avanço foi bem leve, de 0,18%, o que correspondeu a apenas um centavo, ou seja, os motoristas nem devem ter sentido a variação dos preços. Com isso, o valor médio da gasolina chegou a R$ 5,53 no país.
Esses dados fazem parte do levantamento realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Embora o preço tenha subido na semana, a gasolina acumula queda de 1,78% nas últimas quatro semanas (dez centavos). Já nos últimos 12 meses, o combustível acumulou uma leve alta de três centavos.
A gasolina começou a ficar mais cara no Brasil em março deste ano, quando o Governo Federal voltou a cobrar parte das alíquotas dos impostos federais PIS/Pasep e Cofins que incidiam sobre gasolina, álcool, querosene de aviação e gás natural. A reoneração ocorreu após o governo prorrogar a isenção desses impostos por dois meses, em janeiro e fevereiro.
Em junho, os motoristas tiveram mais uma péssima notícia. O Ministério da Fazenda aprovou uma mudança em relação ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide sobre os combustíveis, elevando o preço da gasolina.
Até o final de maio, os estados definiam alíquotas de ICMS que iriam incidir sobre o litro da gasolina. No entanto, a partir de junho, houve a “unificação” da alíquota em todo o país, e o ICMS passou a ser de R$ 1,22 sobre o litro do combustível. Isso foi muito ruim para os brasileiros, pois a maioria dos estados aplicava alíquotas menores que R$ 1,22.
Já em julho, os preços da gasolina subiram novamente devido à reoneração dos combustíveis. Em resumo, o governo Lula (PT) retomou a cobrança integral de tributos federais PIS/Pasep e Cofins sobre a gasolina e o etanol no início deste mês, após prorrogar por mais quatro meses a desoneração parcial sobre esses combustíveis, até o final de junho.
A título de comparação, o preço médio nacional da gasolina era de R$ 4,96 na última semana de 2022. Portanto, o combustível está 11,5% mais caro neste ano, o que corresponde a 57 centavos, e os motoristas torcem para que a gasolina volte a custar menos de R$ 5,00 no país.
Vale lembrar que a gasolina poderia estar ainda mais cara no Brasil devido à reoneração dos impostos sobre o combustível. No entanto, os últimos reajustes promovidos pela Petrobras conseguiram limitar o avanço dos preços.
Em meados de maio, a companhia reduziu em 40 centavos por litro o valor da gasolina. Cerca de um mês depois, houve uma nova redução, dessa vez de 12 centavos. O último reajuste ocorreu no dia 1º de julho, de 14 centavos.
Isso quer dizer que o preço da gasolina ficou 66 centavos mais barato no país desde meados de maio, caindo de R$ 3,18 para R$ 2,52. O problema é que esse valor se refere ao combustível comercializado para as distribuidoras do país e não para os consumidores, que sempre pagam mais caro.
Na verdade, os reajustes da Petrobras nem chegam ao consumidor final em sua totalidade. Em síntese, os postos de combustíveis repassam apenas parte dos reajustes, pois há outras variáveis que encarecem os preços dos combustíveis, como mão de obra, margem de lucro e custos operacionais, por exemplo.
De toda forma, a Petrobras conseguiu limitar o encarecimento da gasolina, que poderia ter subido bem mais por causa dos impostos.
Na semana passada, o preço do combustível ficou mais barato em três regiões brasileiras, com as quedas oscilando entre um e três centavos. Já as altas, registradas no Nordeste e no Sul, foram de cinco e dois centavos, respectivamente. Esses avanços impulsionaram o valor médio nacional na semana.
Além disso, a ANP revelou que o preço médio da gasolina subiu em 13 das 27 unidades federativas (UFs). As maiores altas foram registradas em Sergipe (19 centavos), Rio Grande do Norte (13 centavos), Bahia (dez centavos) e Rio Grande do Sul (dez centavos).
Por outro lado, os preços caíram em dez UFs, com as quedas oscilando entre um e sete centavos. Em outros quatro estados, os preços se mantiveram estáveis na semana.
Confira abaixo os valores médios mais altos da gasolina:
Por outro lado, os menores valores foram encontrados nos seguintes estados: