Foi anunciado nesta sexta-feira, a grande vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2023, a iraniana Narges Mohammadi. Todavia, ela é considerada a voz da revolução feminina em seu país, é ativista, engenheira, mãe de gêmeos e está presa. Ela é a 19ª mulher a receber o prêmio e tem lutado contra a repressão histórica do Irã.
A princípio, os homens já ganharam por 90 vezes o Prêmio Nobel da Paz. Narges Mohammadi vem liderando a luta histórica no Irã contra a opressão às mulheres no regime atual de governo. Ela está presa e foi condenada a 31 anos de prisão. A ativista também recebeu mais de 154 chibatadas como castigo por sua luta.
Desse modo, Narges Mohammadi recebeu o Prêmio Nobel da Paz depois de um ano de ondas de protesto no Irã, causadas principalmente pela morte de uma mulher chamada Mahsa Amini, presa no ano passado. A causa, segudo as autoridades iranianas, foi o uso errado do véu islâmico, que é obrigatório.
Analogamente, o Prêmio Nobel da Paz chega para a ativista iraniana uma semana depois de outra mulher do país sofrer uma abordagem da “polícia da moralidade” no metrô. Essa polícia faz parte do governo iraniano e atua diretamente na dura fiscalização relacionada às restrições em que as mulheres no país estão impostas atualmente.
Prêmio Nobel da Paz
Ademais, Narges Mohammadi se tornou conhecida a pouco tempo pela sua luta contra a opressão às mulheres no Irã e acabou sendo a grande vencedora do Prêmio Nobel da Paz. No entanto, ela já vem lutando há mais tempo, há vinte anos ela é uma das principais iranianas defensoras dos direitos das mulheres no país.
A ativista também luta contra o fim da pena de morte no Irã. Vale ressaltar que ele é um dos países que mais utiliza esse tipo de pena à sua população. Narges Mohammadi teve que ir para a prisão por seis vezes, sendo que a primeira foi há mais de 22 anos. Ela cumpre desde janeiro de 2022, uma pena de 10 anos e 9 meses de prisão.
Dessa maneira, é conveniente observar que a causa apontada pelas autoridades iranianas para a sua prisão é a de que ela havia espalhado propaganda sobre o governo do Irã no presídio de Evin, em Teerã. Sendo assim, essa prisão é conhecida por abrigar pessoas que tenham criticado o atual regime no país.
Segundo a presidente do Comitê do Nobel, Berit Reiss-Andersen, “Narges é uma defensora dos direitos humanos e uma pessoa que luta pela liberdade. Nós apoiamos sua luta corajosa e reconhecemos milhares de pessoas que se manifestaram contra o regime teocrático de repressão que tem como alvo as mulheres no Irã”.
Narges Mohammadi
Em síntese, Narges Mohammadi é a 19ª vencedora do Prêmio Nobel da Paz. Enfim, a premiação tem 122 anos de existência sendo que a última mulher vencedora foi a jornalista filipina Maria Ressa, no ano de 2021. Depois que recebeu o prêmio, a líder ativista fez uma declaração de que o apoio global a deixa apaixonada e esperançosa.
A vencedora da premiação deste ano de 2023, diz que há um reconhecimento de sua luta pelos direitos humanos e que sua vitória está próxima. Seus dois filhos e marido afirmaram que o Prêmio Nobel da Paz é um reconhecimento de sua luta. Entretanto, o governo do Irã fez duras críticas à decisão do comitê do Nobel.
Críticas a vencedora do Nobel
Em suma, o governo do Irã acusa o ocidente de premiar uma prisioneira por suas ações contra a segurança nacional de seu país. Ao que parece, a escolha de Narges Mohammed seria uma tentativa de politizar os direitos humanos, segundo o governo de Teerã. A ativista se tornou um dos principais nomes da revolução.
Deve-se observar que, mesmo estando presa atualmente, Narges Mohammed é vice-diretora do Centro de Defensores dos Direitos Humanos do Irã. É importante mencionar que essa é uma organização não governamental que tem como líder, Shirin Ebadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz do ano de 2003.
Em conclusão, a morte de Mahsa Amini, por utilizar o véu de maneira incorreta, acabou por desencadear no Irã um dos maiores movimentos contra o atual regime. Sob o comando de Ali Khamenei, ele sofre a acusação de oprimir massivamente as mulheres do país. Cerca de 500 pessoas já morreram durante os protestos contra o governo.