De acordo com um levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço do etanol caiu em 17 estados da federação. Houve um recuo da média nacional do valor do combustível de 2,28%. Nas demais regiões do Brasil e no Distrito Federal, o preço do produto subiu.
É uma boa notícia que pode aliviar o bolso da população que estava acostumada a ver uma escalada no preço dos combustíveis há algum tempo. De acordo com a pesquisa da ANP, o valor médio do etanol nesta semana teve um recuo de R$3,94, para R$3,85 na comparação com a semana anterior.
A redução mais expressiva no país foi no estado do Paraná, com uma queda no índice de 4,22%. Analogamente, o combustível passou a custar R$4,09. A maior valorização aconteceu em Mato Grosso do Sul, onde houve um aumento nos postos de combustíveis do estado de cerca de 1,30% na média observada.
Todavia, o preço mínimo do etanol foi encontrado no estado de São Paulo, onde custava R$3,15. O combustível mais caro do país é encontrado no estado do Rio Grande do Sul, onde foi observado o valor de R$6,57 em média. Em relação ao índice mensal, houve no país uma valorização de 0,79%.
Na comparação com o mês anterior, o estado que teve a maior alta do etanol foi o de Sergipe, onde houve um aumento de 13,93%, passando de R$3,59 para R$4,09 o litro do combustível negociado. A maior redução foi em Mato Grosso, com uma queda no índice de -4,11%.O etanol passou de R$3,65 para R$3,50.
O etanol mesmo assim continua menos competitivo do que a gasolina. A paridade entre os dois combustíveis é de 77,31%, o que confirma que o primeiro produto é menos vantajoso em relação ao derivado do petróleo. Dependendo do veículo, uma paridade acima de 70% pode trazer um maior benefício ao biocombustível.
Todavia, deve-se observar que o etanol sempre foi caro no Brasil, na comparação com o que ele representa no gasto e na renda média da população do país. De fato, tanto a gasolina, o etanol e o diesel sofreram reajustes na terceira semana de janeiro. Todos eles apresentaram uma queda.
No início do ano, houve um aumento de 3,23% na gasolina, 2,04% no diesel e 3,62% no etanol. Em 2022, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) reduziu o Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) para tentar frear a alta dos preços dos combustíveis negociados e reduzir a pressão inflacionária.
Com a posse de Lula na presidência do país, não se sabe quais serão suas políticas relacionadas aos preços dos combustíveis. A sua equipe econômica, principalmente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem sinalizado que o governo deveria retornar a cobrar esses impostos.
Ademais, isso se deve ao fato de que a isenção do ICMS custa milhões de reais aos cofres da União. Por enquanto, o presidente Lula decidiu continuar com a medida provisória (MP) do antigo governo, pelo menos até o dia 28 de fevereiro de 2023. De fato, a inflação preocupa toda a equipe presidencial.
Governadores de todo o país querem discutir a redução do imposto sobre os combustíveis com o presidente. Durante a gestão anterior, houve uma disputa entre o governo federal e os estados. Lula quer manter a calma, há a expectativa de que a União pague uma compensação devido às suas perdas de arrecadação.
Haverá nesta sexta-feira (27/01) uma reunião do presidente com 27 governadores. O Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de 120 dias para que a União e os estados cheguem a um acordo. Espera-se que haja um abatimento de uma parte das dívidas dos estados com o governo.
Pode haver também uma transferência de recursos, se houver espaço fiscal para isso. A briga começou ainda no governo de Bolsonaro, que buscou reduzir os preços dos combustíveis para conter a inflação. A medida impactou os cofres dos estados que passaram a criticar a redução de impostos dos combustíveis.