Direitos do Trabalhador

Por fim da fila de espera, INSS vai pedir mais 2 mil concursados

O Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT) revelou nesta quarta-feira (19) que a sua pasta vai solicitar a admissão de novos concursados para atuação no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com ele, a ideia é admitir mais 2 mil pessoas. Contudo, ele deixou claro que o pedido ainda precisa se autorizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Ainda pretendemos chamar mais dois mil. Esses dois mil dependem da autorização especial do presidente da república. Eles também são concursados”, disse o Ministro da Previdência em entrevista concedida à Globo News na manhã desta quarta-feira (19). Lupi lembrou que o processo de admissão dos concursados já foi iniciado este ano.

Lupi fala em admitir mais 2 mil concursados no INSS. Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

“Vai ter contratação. Nós já recebemos agora cerca de mil funcionários, que foram concursados ainda no ano passado, mas que não tinham sido chamados. Mas não é assim (estala os dedos), você contrata e a pessoa começa a trabalhar. A pessoa tem um estágio, a pessoa tem que fazer um exame. Então hoje nós temos esses mil funcionários que foram chamados desde março efetivamente nas agências”, disse ele.

“Nós estamos agora propondo – estou esperando apenas a ministra Esther (Esther Dweck, Ministra da gestão) – mais 250 concursados que fizeram o concurso no ano passado para que eles também façam este estágio comprobatório para o seu aprendizado e sejam direcionados para as agências”, seguiu o Ministro.

“Além disso, deve ser publicada nos próximos dias uma nova reformulação dos quadros. Só para vocês terem uma ideia, até 2005 ou 2006, o INSS tinha 40 mil funcionários. Hoje estamos com cerca de 18 mil. A perícia médica tinha 7 mil peritos, e hoje tem 3,8 mil, ou seja, deixaram de lado a previdência social”, completou ele.

Publicação da MP

Nesta terça-feira (18), o Governo Federal publicou uma nova Medida Provisória (MP) no Diário Oficial da União (DOU). O documento prevê a liberação de um bônus de produtividade aos servidores administrativos e também aos médicos peritos. O objetivo é justamente fazer com que a fila de espera seja reduzida dentro do sistema do INSS.

Segundo informações da portaria, os bônus serão de R$ 68 para os servidores administrativos e de R$ 75 para os peritos médicos. A ideia é fazer com que estes trabalhadores foquem nos benefícios que estão há mais de 45 dias de espera por uma análise. A duração do bônus será de nove meses, podendo se estender por mais três.

Hoje, a fila de espera do INSS conta com mais de 1,7 milhão de pessoas esperando por análises administrativas e também aguardando pela realização de uma perícia médica. Sem uma resposta, boa parte destes indivíduos não conseguem nenhum tipo de ajuda, já que não estão podendo trabalhar e também não conseguem o benefício do INSS.

Com o bônus, o Governo espera aumentar a produtividade dos servidores em todas as regiões do país. A expectativa é de que eles consigam analisar mais casos de pedidos do que o número médio de análises que são realizadas todos os dias dentro do horário de trabalho regular.

Poderão receber o bônus:

  • servidores que ocupam cargos integrantes da carreira do seguro social;
  • médicos das carreiras de perito médico federal, de supervisor médico pericial e de perito médico da Previdência Social.

A fila de espera do INSS

Abaixo, você pode conferir o tamanho da fila de espera do INSS de acordo com o benefício solicitado:

Perícia médica 596.699
Benefício assistencial à pessoa com deficiência 437.077
Aposentadoria por idade 222.771
Aposentadoria por tempo de contribuição 134.399
Pensão por morte 122.683
Salário-maternidade 115.066
Auxílio incapacidade temporário (avaliação administrativa) 78.906
BPC (Benefício de Prestação Continuada) 74.517
Auxílio-reclusão 7.937
Outros benefícios 4.394
Total 1,794.449

 

Lupi disse que o objetivo do Governo é chegar ao final deste ano com a fila reduzida e com todos os cidadãos com pedidos de até 45 dias de espera, no máximo.