Os danos causados pela poluição já são bem conhecidos por todo o mundo. A inalação de gases tóxicos e até de partículas finas que estão no ar, acabam penetrando no pulmão e sistema cardiovascular, gerando riscos de infecções respiratórias, doenças pulmonares, acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas e até câncer de pulmão.
Mas o que poucas pessoas sabem, é que além desses danos, a exposição ao ar poluído pode resultar no encolhimento da região cerebral.
Esse efeito foi comprovado em um estudo da Universidade de Oxford, na Inglaterra, onde mais de 900 mulheres indicaram mudanças físicas no cérebro, devido ao ambiente que viviam. Cada resultado foi avaliado com base na exposição de partículas de poluição comparado às imagens dos seus cérebros.
As imagens dos cérebros das mulheres que viviam em um ambiente com maior exposição à poluição foram assimiladas aos cérebros de pessoas portadoras de Alzheimer. Isso porque, houve um encolhimento da região responsável pela memória.
Ainda de acordo com o estudo inglês, pesquisas anteriores já haviam sugerido que partículas de poluição aumentam o risco para doenças relacionadas à memória, como por exemplo, a Alzheimer e até outras demências.
Para os cientistas, as partículas de poluição inaladas acabam alterando a estrutura do cérebro provocando um declínio da memória, que pode levar ao eventual surgimento da doença de Alzheimer.
Apesar da constatação, o estudo ainda será replicado, visto que é um dos primeiros do gênero.
Poluição pode levar a morte?
Além de todos esses agravantes, outro índice que vem alarmando a sociedade sobre os perigos da poluição é o risco de morte.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há uma estimativa que quase sete milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência da má qualidade do ar.
Ainda de acordo com esse levantamento da OMS, no Brasil, cerca de 50 mil pessoas por ano estão sujeitas ao risco de morte, devido à exposição à poluição.
Na capital paulista, o perigo é ainda maior. Respirar o ar poluído da cidade, equivale ao consumo de quatro cigarros por dia, segundo o médico patologista Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da USP.
Além das graves consequências na saúde, citadas acima, outros sintomas mais comuns também podem estar associados à inalação do ar poluído, tais como:
• Dor de cabeça
• Irritação nos olhos, nariz e garganta
• Ansiedade
• Asma
O risco de ataque cardíaco pode se elevar a 75% em pessoas que vivem em um ambiente poluído, comparado a um local de ar puro, por exemplo.
Entre os fatores que mais contribuem para a poluição na cidade estão os transportes. De acordo com dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a poluição na capital paulista aumenta potencialmente, quando o rodízio é liberado. Além disso, só na greve dos caminhoneiros, ocorrida em maior de 2019, houve uma queda de 50% da poluição do ar de São Paulo.