Economia

Planos de saúde batem RECORDE em 2022 com 50,5 milhões de beneficiários

O Brasil nunca teve tantos beneficiários de planos de saúde nos últimos oito anos quanto em 2022. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o setor registrou 50,49 milhões de beneficiários do país no ano passado.

A saber, esse é o número mais expressivo desde dezembro de 2014, quando o número chegou a 50,5 milhões, segundo o levantamento sobre os planos de saúde do Brasil da ANS. A propósito, a entidade divulgou os dados na sexta-feira (27).

Vale destacar que 1,59 milhão de pessoas aderiram aos planos médico-hospitalares entre janeiro e dezembro de 2022, tornando-se novos clientes no país. Ao comparar apenas os números de dezembro com os de novembro, o aumento foi de quase 240 mil novos beneficiários.

Todos estes números são bem mais expressivos que os registrados em abril de 2020, primeiro mês após a decretação da pandemia da covid-19. À época, havia 47,05 milhões de usuários de planos de saúde no país.

Em suma, os planos de saúde registraram meses seguidos de queda no número de novos usuários no início da pandemia da covid-19, em 2020. Contudo, houve uma reviravolta na trajetória e as adesões de novos clientes voltaram a subir em 2021 devido ao prolongamento da pandemia no país.

Número de usuários cresce em 25 das 27 UFs

De acordo com o levantamento, o aumento nacional na adesão de novos clientes em planos médico-hospitalares foi impulsionado pela alta registrada em 25 das 27 unidades da federação (UFs) em 2022. Em síntese, os maiores ganhos em números absolutos ocorreram em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Além do aumento de novos clientes nos planos de saúde, a ANS também destacou que os planos odontológicos também tiveram crescimento expressivo no período. A saber, o país contava com 30,95 milhões de usuários de planos odontológicos em dezembro do ano passado.

Nesse caso, o crescimento nos números de novos clientes atingiu todas as 27 UFs entre janeiro e dezembro de 2022. Aliás, assim como aconteceu com os planos médicos, os estados com os maiores crescimentos nominais foram São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Segundo a ANS, os planos exclusivamente odontológicos registraram a adesão de 2,057 milhões de beneficiários no ano passado. Ao considerar apenas dezembro, o aumento foi de 152,7 mil, em comparação com o mês anterior.

O levantamento ainda revelou que o maior crescimento foi registrado pela faixa etária de 40 a 44 anos. Em resumo, quase 307,7 mil pessoas se tornaram novas beneficiários de planos de saúde no país. Em seguida, ficaram os usuários com idade entre 45 e 49, com cerca de 220,1 mil beneficiários a mais no país.

Já no caso dos planos odontológicos, faixa entre 30 e 34 anos teve o maior crescimento do país, com 4.130 novos beneficiários. Os pais também se mostraram preocupados com a saúde bucal dos filhos, visto que houve a adesão de 4.657 novos usuários com idade de até um ano no país.

Abramge conscientiza sobre uso do plano de saúde

Apesar dos números bastante positivos registrados no ano passado, ainda há muitos fatores que causam preocupação ao setor de saúde do país. E um deles se refere ao uso consciente pelos beneficiários. Aliás, esse foi um dos principais fatores que ajudaram o setor a crescer novamente no país nos últimos tempos.

De acordo com Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), as operadoras só deverão voltar a ter rentabilidade em 2024.

Em síntese, a expectativa é que haja uma estabilização da queda em 2023. Isso porque a ANS autorizou no ano passado o maior aumento nos preços dos planos individuais ou familiares dos últimos 22 anos.

Esse forte avanço sucedeu a redução de 8,19% no preço dos planos médico-hospitalares, que aconteceu em 2021. A saber, a ANS alegou, à época, que as operadoras tiveram redução em seus custos em 2020 devido à pandemia da covid-19, que provocou a suspensão de diversos procedimentos e exames médicos.

Em suma, essa foi a primeira vez, desde 2000, quando a série histórica teve início, que a ANS reduziu os preços dos planos de saúde no país. No entanto, vale destacar que a decisão não atingiu os planos de saúde coletivos.

Por fim, a ANS chegou a informar à época que a ocorrência das consultas médicas havia despencado 25% em 2020, na comparação com o ano anterior. Além disso, os planos de saúde também conseguiram reduzir os seus gastos com consultas e atendimentos ambulatoriais, justamente porque houve menos atendimentos dessa natureza.