O Pix é um sistema de transferências bancárias instantâneas, criado pelo Banco Central (BC) em 2020. Ao longo dos anos, o sistema cresceu rapidamente, se tornando um dos principais métodos de pagamento no Brasil atualmente. Nesse sentido, um estudo recente do BC demonstrou que a ferramenta também contribuiu com a inclusão financeira de milhões de brasileiros.
Os dados apontam que, até dezembro de 2022, cerca de 71 milhões de pessoas foram beneficiadas por essa inclusão financeira do Pix. Além disso, o estudo demonstrou que os estados com menor número de agências bancárias são os que mais utilizam o sistema de pagamentos instantâneos.
Sendo assim, os estados do Amazonas e Amapá apresentam a maior quantidade de Pix por usuário, com 26 e 24 operações, respectivamente. Por outro lado, São Paulo aparece com 18, seguido do Rio de Janeiro com 19. Lembrando que o estudo do BC levou em consideração a média de transações no período entre novembro de 2020 e dezembro de 2022.
O maior número de transações Pix em áreas com poucos bancos pode ser explicado pelo fato de que, anteriormente, essas pessoas tinham de se locomover para localidades com uma agência bancária, e agora podem simplesmente fazer uma transferência instantânea. Além disso, pequenos pagamentos realizados no comércio informal geralmente são feitos com o uso da ferramenta.
Já o grande e rápido crescimento do Pix nos últimos anos pode ser explicado pelo fato do sistema ser gratuito e prático, sendo um forte concorrente com outros meios de pagamento. Atualmente, o Brasil já conta com 133 milhões de usuários do Pix, e cerca de 551 milhões de chaves cadastradas.
Segundo Bruno Diniz, sócio da consultoria de inovação Spiralem, focada em serviços financeiros: “Avançou a cobertura de telefonia e internet no país, ao mesmo tempo em que os bancos vêm encolhendo o número de agências físicas. A criação do Pix, que é gratuito, trouxe uma verdadeira revolução para as pessoas que moram em cidades pequenas, distantes dos grandes centros “.
Os dados do Banco Central mostram que 71 milhões de brasileiros foram incluídos no sistema financeiro com o Pix, os quais não utilizaram a TED (Transferência Eletrônica Disponível) nos 12 meses antes da implementação da ferramenta. Sendo assim, essas pessoas passaram a utilizar a nova modalidade de transferências.
O TED, para quem não conhece, é um método de transferir dinheiro entre contas bancárias. No entanto, as instituições financeiras cobram taxas por este serviço, que também não ocorre de maneira instantânea, perdendo espaço para o Pix.
Outro dado que mostra o grande crescimento e utilização do Pix no Brasil são os recordes atingidos. Nesse sentido, a ferramenta bateu um novo recorde no dia 6 de setembro, registrando 152,7 milhões de transferências instantâneas em um único dia.
Essa marca atingida pelo Pix superou o recorde anterior, também da ferramenta, que era de 142,4 milhões de transações feitas no dia 4 de agosto. Segundo o BC: “Os números reforçam a forte adesão de pessoas e empresas ao Pix”.
Com relação ao montante transacionado, foram R$ 76,1 bilhões transferidos instantaneamente como Pix. Desta maneira, analisando o número de transações realizadas (152,7 milhões) e a quantia de dinheiro envolvida (R$ 76,1 bilhões), pode-se concluir que cada transferência realizada neste dia teve um valor médio de R$ 498,42.