O Banco Central do Brasil registrou no último ano a maior queda desde o início do plano real em 1994, da circulação de cédulas de dinheiro. Se prevê que com a expansão do Pix e o fim dos pagamentos do Auxílio Emergencial, o popular meio de circulação “papel em moeda” já encolheu R$ 44,8 bilhões desde 2020.
No fechamento de 2020, R$ 370,4 bilhões em cédulas e moedas estavam circulando pela moeda brasileira, valor este que já caiu para R$ 339 bilhões no final do último ano. Esse é o primeiro recuo registrado desde o início do plano real lá em 1994.
De acordo com o BC, a busca dos bancos pelos recursos está sendo motivada pela demanda da população e do comércio, que é justamente o que determina a variação do dinheiro em espécie. Tanto a fabricação das cédulas e moedas visa atender à variação da demanda, mas também considerando a substituição das cédulas que se desgastaram.
O Banco Central observou que em 2020, devido aos efeitos causados pela crise sanitária de Covid-19, o meio circulante apresentou um crescimento visto fora da curva, muito superior ao crescimento médio que foi apresentado nos últimos anos antes desse período.
Naquele ano, o Governo havia pago mais de R$ 290 bilhões em Auxílio Emergencial, sendo que parte desse valor havia sido sacado em espécie, pois muitas famílias precisaram usar com emergência esse dinheiro durante a pandemia.
Em 2021, houve uma queda no valor pago aos beneficiários do Auxílio Emergencial, com valores que foram de R$ 150 até R$ 375, com todos os recursos sendo transferidos por meio da conta poupança digital da Caixa aos seus beneficiários, o que acabou provocando uma queda na demanda de cédulas.
O Pix entrou em funcionamento em novembro de 2020, sendo um sistema de pagamentos em tempo real, aumentando dessa forma o volume de pagamentos eletrônicos e diminuindo a necessidade dos recursos em espécie para realizar pagamentos à vista.
Sempre que aparece um novo meio de pagamentos, existe um grande impacto em relação aos meios de pagamento que foram oferecidos anteriormente, sendo necessário algum tempo até que realmente haja um impacto sobre a chegada desse novo meio de pagamento.
Em 18 de fevereiro deste ano, dos R$ 325,7 bilhões de recursos que estão em circulação no país, R$ 318,18 bilhões se referem à cédulas e R$ 7,6 bilhões em moedas. Os últimos números do BC nos mostram que ao menos 450 milhões de cédulas R$ 200 foram impressas durante 2020.
O montante das cédulas que não está em circulação acaba ficando nas mãos do Governo Federal. O BC já informou que a liberação das cédulas de R$ 200 ocorre de acordo com a necessidade das instituições financeiras, sendo que esta nota já é a sétima da família real, moeda vigente desde 1994 no país.