A Petrobras promoveu um novo reajuste sobre o querosene de aviação (QAV). Desde a última sexta-feira (1º) que o preço médio do combustível está, em média, 6% mais barato nas refinarias do país. Esse reajuste correspondeu a uma queda de 26 centavos por litro, segundo cálculos da companhia.
A saber, os novos preços praticados pela Petrobras em relação ao QAV em todas as 13 refinarias da empresa podem ser consultados no site precos.petrobras.com.br.
Com o acréscimo deste novo reajuste, o QAV passou a acumular uma queda de 19,6% em seu preço em 2023. Em valores reais, a redução correspondeu a 1 real por litro, na comparação com os preços praticados em dezembro do ano passado. Aliás, essa redução nos preços é bastante expressiva, uma vez que se refere ao litro do combustível.
Vale destacar que o QAV acumulou uma forte em 2022, de mais de 63%, segundo um levantamento da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear). Isso explica a queda firme que o combustível vem apresentando em 2023, principalmente por causa da forte base comparativa. Ainda assim, os valores não eliminaram nem metade da alta observada em 2022.
Em suma, a Petrobras ressaltou que comercializa QAV apenas para as refinarias do Brasil. Isso quer dizer que o combustível produzido pela companhia ou importado por ela segue para as distribuidoras, e não para outros consumidores.
“A Petrobras comercializa o querosene de aviação produzido em suas refinarias ou importado apenas para as distribuidoras, que por sua vez transportam e comercializam os produtos para as empresas de transporte aéreo e outros consumidores finais nos aeroportos, ou para os revendedores“, explicou a Petrobras, em nota.
Por sua vez, as distribuidoras transportam e comercializam os combustíveis da maneira que desejarem. Logo, elas podem comercializar o QAV para empresas de transporte aéreo, bem como para outros consumidores finais nos aeroportos ou mesmo para revendedores do país.
“Importante ressaltar que o mercado brasileiro é aberto à livre concorrência, e não existem restrições legais, regulatórias ou logísticas para que outras empresas atuem como produtores ou importadores de QAV“, acrescentou a Petrobras.
A propósito, as distribuidoras e os revendedores se responsabilizam por suas instalações e seus serviços de abastecimento nos aeroportos do Brasil, ou seja, a Petrobras não possui qualquer influência nestas questões.
O valor do QAV comercializado entre a Petrobras e as distribuidoras é bem menor do que os preços praticados com o consumidor final. Em síntese, isso acontece porque os produtores e importadores fazem a mistura obrigatória do QAV com biocombustível, revendendo-o ao consumidor.
Além disso, ainda existem outras variáveis que impactam o valor do combustível, como:
Entre janeiro e outubro de 2023, as passagens aéreas nacionais ficaram, em média, 16% mais caras no país, segundo levantamento do buscador de passagens aéreas Viajala. Em resumo, o maior avanço aconteceu de Maceió a São Paulo, cujos preços dispararam 25%, de R$ 902 para R$ 1.129.
O top três ainda contou com a presença dos seguintes voos: de Fortaleza para São Paulo, que registrou uma elevação de 24%, com os preços passando de R$ 844 para R$ 1.043, e de João Pessoa para São Paulo, que teve aumento de 22% no período, de R$ 925 para R$ 1.126.
Esses aumentos aconteceram mesmo com a redução de mais de 14% no preço do QAV comercializado pela Petrobras. De acordo com a Abear, cerca de um terço dos custos das companhias aéreas é com combustível, ou seja, o item exerce forte influência na definição dos preços das passagens aéreas.
Embora haja muita expectativa de repasse da redução do QAV para os valores das passagens, isso não deverá acontecer. Na verdade, as reduções sempre demoram mais tempo para começarem a vigorar, isso quando os revendedores realmente praticam os novos preços.
Logo, as passagens aéreas não deverão ficar mais baratas no país, ainda mais com a proximidade do final de ano, que a demanda cresce significativamente em todo o planeta.
Além dos combustíveis, as passagens aéreas também ficam mais caras em períodos de desvalorização do real. Para este ano, os analistas projetam que o dólar fique cotado a R$ 5,00. Por isso, as passagens aéreas também deverão se manter mais caras para os consumidores.
As companhias aéreas também acreditam que a retomada das viagens internacionais ficará ainda mais forte no final deste ano. Em síntese, as viagens corporativas, que visam desenvolver a economia no pós-pandemia, deverá impulsionar a demanda por passagens aéreas. E, quanto maior a procura, mais altos tendem a ficar os preços.
A Abear afirmou que o ano de 2023 está marcado pela retomada do crescimento das viagens domésticas e pela retomada das operações internacionais. Portanto, o setor aéreo está com a demanda aquecida e, mesmo com a queda nos preços do QAV, as passagens aéreas deverão continuar caras no país.