As empresas petrolíferas, 3R Petroleum e a Acelen, anunciaram um aumento no preço da gasolina. Isso gerou um impacto significativo na Petrobras, uma das maiores empresas petrolíferas do Brasil.
A 3R Petroleum realizou um aumento de R$ 0,12 por litro no preço da gasolina. Na cidade de Guamaré, o novo preço por litro é de R$ 3,20. Por outro lado, a Acelen aumentou o preço da gasolina em R$ 0,22 por litro para entregas no estado da Bahia.
No estado da Bahia, o preço médio da gasolina é agora de R$ 3,05 por litro. Nos outros estados da região Nordeste, o preço aumentou em R$ 0,29 por litro, fazendo com que o preço médio seja de R$ 2,99 por litro.
Por outro lado, a Petrobras apresenta um preço médio de R$ 2.42 por litro nos estados do Nordeste. Isso resulta numa diferença de R$ 0.63 por litro quando comparado ao preço da Acelen na Bahia.
A Petrobras, uma das maiores empresas petrolíferas do Brasil, está sob pressão para ajustar os preços dos combustíveis. Isso ocorre porque a empresa abandonou a política de paridade de importação (PPI), o que pode resultar em prejuízos ou na necessidade de aumentar os preços dos combustíveis para os consumidores.
Bruno Pascon, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), afirmou que a Petrobras já aumentou o fator de utilização o parque de refino a 93% no segundo trimestre de 2023.
Durante períodos de alta demanda ou queda de produção de óleo e gás, a Petrobras utiliza as refinarias para evitar um aumento na importação, pois a empresa vende produtos importados a preços mais baixos no país.
Desde maio, os combustíveis da Petrobras são vendidos a preços abaixo das cotações internacionais. Atualmente, a defasagem da gasolina é de 30% e a do etanol é de 18,5%, de acordo com o CBIE.
Os combustíveis da estatal são comercializados a valores abaixo das cotações internacionais desde meados de maio. Atualmente, a defasagem da gasolina é de 30% e a do etanol de 18,5%, conforme o CBIE.
Caso a Petrobras não tenha mais espaço para ampliar a utilização do refino, terá que recorrer à importação. No entanto, se a petroleira optar por importar sem reajustar os preços ao consumidor, pode incorrer em prejuízos, devido à defasagem em relação à cotação internacional.
“Quanto mais importar, mais prejuízo no resultado da estatal”, argumenta Pascon, do CBIE.
O primeiro a sentir os efeitos da dinâmica da Petrobras é o Governo. Segundo Pascon, ao aumentar as importações, a estatal tem menos lucratividade, o que se traduz em menos dividendos.
Como o Governo é o principal acionista da petroleira, detendo 28,67% do capital total da companhia, também teria menor receita.
Além do Governo, o consumidor pode sair prejudicado com essa dinâmica, pois pode eventualmente ver novos reajustes de preços.
Apesar disso, Pascon, do CBIE, não acredita que a estatal aumentará os valores dos combustíveis para diminuir ou zerar a defasagem em relação à cotação internacional. “Reduzir preços é mais fácil do que aumentar”, diz.
A Petrobras produziu 2,6 milhões de barris de óleo equivalente por dia (Mboed) totais de petróleo e gás no segundo trimestre de 2023, queda de 0,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Pascon, do CBIE, afirma que a queda está dentro da margem “normal”.
Segundo a petroleira, a redução se deve ao maior volume de perdas por paradas e manutenções, ao declínio natural de campos maduros e a desinvestimentos. No entanto, esses efeitos foram parcialmente compensados pelo ramp-up da P-71, no campo de Itapu, e pelo início da produção dos FPSOs Almirante Barroso.
Por outro lado, a produção no pré-sal atingiu novo recorde trimestral de 2,06 MMboed, correspondente a 78% da produção total da Petrobras, superando o recorde anterior de 2,05 MMboed. O diretor do CBIE ressalta que o relatório reforçou, mais uma vez, que o pré-sal continua sendo a principal fonte de petróleo do Brasil.
O aumento do preço da gasolina pelas empresas 3R Petroleum e Acelen tem um impacto significativo na Petrobras. A pressão para ajustar os preços dos combustíveis e a defasagem em relação às cotações internacionais colocam a empresa em uma posição delicada.
Essas mudanças no mercado de combustíveis podem ter implicações significativas para os consumidores, que podem ter que lidar com preços mais altos nos postos de gasolina. Portanto, é essencial para os consumidores e investidores acompanhar essas mudanças e entender como elas podem impactar a economia brasileira.