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Pesquisa mundial revela os melhores países do mundo para se aposentar; veja posição do Brasil

Uma pesquisa divulgada nesta semana pela agência de consultoria Mercer está repercutindo em todo o mundo. A ideia do levantamento foi identificar os melhores países do mundo para se aposentar.

A pesquisa analisou uma série de questões como os índices de adequação, sustentabilidade e integridade de 48 países para identificar quais são as nações em que os cidadãos encontram mais facilidades na hora de conseguir uma aposentadoria no final da vida.

A lista de países

Entre os 48 países analisados, a agência constatou que 10 deles se destacaram, e o Brasil não está neste meio. Veja o top 10:

  • Holanda (Nota A);
  • Islândia (Nota A);
  • Dinamarca (Nota A);
  • Israel (Nota A);
  • Singapura (Nota B+);
  • Austrália (Nota B+);
  • Finlândia (Nota B+);
  • Noruega (Nota B+);
  • Chile (Nota B);
  • Suécia (Nota B).

De acordo com a consultoria, o Brasil está nesse momento na posição de número 33 no ranking mundial que mede os países em que os cidadãos encontram mais facilidades na hora de se aposentar.

No caso específico do Brasil, o valor do índice aumentou ligeiramente de 55,7 pontos para 55,8 pontos entre os anos de 2023 e 2024. Segundo a agência, essa evolução aconteceu por causa das “melhorias na transição para regimes de aposentadoria”. No geral, o país recebeu nota C.

“O sistema previdenciário brasileiro possui algumas boas características, mas também apresenta riscos ou deficiências significativas que sem melhorias, sua eficácia ou sustentabilidade a longo prazo pode ser questionada”, disse a Mercer.

Mudanças na hora de se aposentar

É importante destacar que o Brasil acabou de passar por uma Reforma da Previdência. Aprovado em 2019, o texto naturalmente deixou a tarefa de se aposentar um pouco mais difícil. O objetivo da medida foi justamente tentar controlar os gastos públicos, segundo os autores do projeto.

Atualmente, o país está passando por um processo de transição. A cada ano, as regras dessa Reforma da Previdência começam a se tornar mais claras e mais presentes na vida dos brasileiros que precisam se aposentar.

Novas alterações no Brasil

É importante notar, no entanto, que a Reforma da Previdência pode não ter sido o último ato de mudanças no sistema previdenciário brasileiro. Dentro do congresso nacional, por exemplo, alguns deputados já falam na possibilidade de aprovar uma segunda Reforma.

Além disso, membros do próprio governo federal afirmam que existe a possibilidade de realizar alterações em programas beneficiários que são pagos atualmente pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). O Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o seguro-desemprego, por exemplo, podem estar na mira.

De acordo com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), o governo deverá concluir até dezembro deste ano um projeto com propostas de mudanças orçamentárias. Entre essas medidas, estarão indicações de mudanças nos cálculos de benefícios previdenciários. Tais alterações poderão ser implementadas em 2025 ou 2026.

“Cada hora que vier alguma coisa, e que houver necessidade, é uma questão de escolha da política, se ela vai acontecer no início de 2025, no final de 2025, ou não vai acontecer em 2025, só vai acontecer em 2026”, disse Tebet.

Simone Tebet sinalizou novas mudanças no INSS. Imagem: Fábio Rodrigues/ Agência Brasil

“Não precisa desvincular tudo”

Na entrevista concedida à Reuters, Tebet disse que o governo federal não vai precisar desvincular tudo. De acordo com a ministra, será possível encontrar um meio termo, a partir de um sistema que separe o salário mínimo da previdência, mas mantenha o aumento real para os aposentados.

“Eu não preciso desvincular tudo, não preciso desvincular seguro-desemprego, aposentadoria, eu posso escolher benefícios, e cada benefício pode me dar R$ 10 bilhões ao ano (de economia), ou pode dar R$ 20 bilhões, depende do que é mais essencial, de qual política pública realmente atinge mais gente”, afirmou.

Tais alterações ainda precisam passar pelo crivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).