Com a pandemia muitas pessoas ficaram sem trabalho e fontes de renda. Assim, se viram obrigadas a buscar alternativas para escapar da crise. Nesse momento em que mais se precisa de dinheiro, é onde também aparecem os que planejam aplicar golpes financeiros.
De acordo com o Centro de Estudos Comportamentais e Pesquisas (CECOP) e junto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 91% das vítimas em golpes financeiros são homens, em uma pesquisa ouvida por 1.002 pessoas.
Na pesquisa com 1.002 pessoas, 178 afirmam que foram vítimas de golpes financeiros mais recentemente. Além do sexo masculino ser o mais suscetível para cair nesse tipo de esquema, a pesquisa também mostrou que pessoas entre 30 e 39 anos, com renda familiar mensal entre 2 a 5 salários mínimos e até mesmo com pós-graduação são os públicos alvos dos “trambiqueiros”.
A pesquisa também aponta que as pessoas que acabam sendo vítimas de fraudes também detém um portfólio menos diversificado, muitas vezes com todo o seu patrimônio aplicado na poupança.
Segundo o CECOP, investidores que tem seu o patrimônio alocado em ações, fundos de investimento, FII, previdência privada, CDB, LCI/LCA estão muito menos expostos a caírem em golpes financeiros, por conta do seu conhecimento mais elevado do que a média da população em relação a investimentos.
Ainda entre os golpes envolvendo “falsos investimentos” o produto que aparece com o maior número de golpes financeiros é com criptomoedas, sendo que esse tipo de esquema de pirâmide foi citado por 43% dos mencionados.
Durante a pesquisa, também foram feitas avaliações de como as pessoas costumam cair em golpes financeiros. De acordo com o CECOP, o meio de divulgação que foi mais utilizado é o WhatsApp (com 27,5%), seguido da divulgação através do boca-boca ou indicação por amigos (19%).
Entre os entrevistados que confirmaram serem vítimas de golpes financeiros, metade afirmaram que sabem quem é o responsável pelos golpes e 28% destes conheciam pessoalmente o golpista. 21,9% até sabiam quem eram os golpistas, porém nunca tiveram contato frente a frente.
Para um total de 29,8% das vítimas, o fraudador era uma pessoa desconhecida e outros 9% afirmam que não receberam as ofertas por estranhos. 11,2% preferiram não informar quem os levou a cair no golpe.
Entre as pessoas que caíram em algum golpe financeiro, quase 40% delas dizem que acreditam que estavam diante de um investimento que passava confiança. As outras respostas que se mostraram populares eram de investimentos que eram recomendados por amigos, com 38,8% de citações.
São mais propensas às fraudes pessoas que gostam de arriscar. Cerca de 35% dos entrevistados não tinham algum tipo de dificuldade financeira, porém estavam resolvendo entrar em um novo negócio apenas pensando no lucro, sem pensar em maiores ocorrências como a possibilidade de entrar em golpes financeiros.