De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o mercado de trabalho com menos restrições, bem como medidas temporárias de suporte às famílias em vulnerabilidade social têm reduzido as dívidas no cartão de crédito. Entre as medidas de suporte é possível citar o saque extraordinário do FGTS, antecipação de 13º salário e a ampliação do Auxílio Brasil.
Na última quinta-feira (7), a CNC divulgou os resultados da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). De acordo com os dados disponibilizados, o percentual de famílias com dívidas a vencer diminuiu 0,1 ponto percentual entre maio e junho de 2022.
Ao analisar as dívidas da população brasileira, grande parte dos problemas financeiros são ocasionados por cheques pré-datados, cartões de crédito, cheque especial, carnês de lojas, crédito consignado, empréstimo pessoal e prestação de automóveis e imóveis.
Em relação a pesquisa divulgada em junho de 2021, a proporção de pessoas endividadas apontou uma alta de 7,6 pontos percentuais, a menor alta em nove meses. Vale ressaltar que a queda acumulada nos meses de maio e junho foi mais intensa entre famílias de menor renda.
De acordo com a pesquisa divulgada pela CNC, a proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso representou 28,5% do total de famílias brasileiras em junho de 2022. Esses valores representam a primeira queda do indicador (- 0,2 p.p.) desde setembro de 2021.
Além disso, a quantidade de cidadãos que afirmam não ter condições de quitar as dívidas e arcar com os compromissos financeiros também reduziu. Para, José Roberto Tadros, presidente da CNC, a queda no endividamento das famílias brasileiras reflete a melhora no mercado de trabalho.
“Com menos restrições impostas pela pandemia e as medidas temporárias de suporte à renda, como saques extraordinários do FGTS, antecipações do 13º salário, INSS e maior valor do Auxílio Brasil, a população precisou apelar menos para os gastos no cartão”, disse.
A pesquisa divulgada pela CNC indica que a proporção de endividados recuou pela segunda vez em junho, sendo liderada pelas mulheres. Apesar disso, no ano, a proporção de cidadãos com dívidas foi maior entre esse grupo (+10,5 pontos percentuais). Nesse sentido, o público femino atualmente encontra-se mais endividado.
Ao falar sobre os indivíduos que possuem dívidas no cartão de crédito, os consumidores com até 35 anos de idade lideram a pesquisa (88,5%). Sobre essa modalidade de pagamentos, vale ressaltar que o número de famílias endividadas reduziu pela segunda vez em junho (-1,9 p.p.). Esse movimento ocorreu entre os consumidores dos dois grupos de renda.
De acordo com a pesquisa, as dívidas no cartão de crédito abrangem 86,6% das famílias. Já o endividamento por meio dos carnês representa 18,3% e o financiamento de carro 10,8%. Cabe ressaltar que a maioria dos consumidores brasileiros que estavam com dívidas em junho de 2022, não concluíram o segundo grau (33,4%).