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Paxlovid: remédio contra a covid-19 deve chegar às farmácias em breve

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em março de 2022 o remédio Paxlovid, com eficácia comprovada contra a covid-19. A princípio, o medicamento produzido pela Pfizer também foi admitido para a sua utilização pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foram encomendadas 100 mil doses para a rede pública.

Caso o remédio tenha uma média de preços parecida com países como os Estados Unidos e a França, o tratamento com o medicamento, que dura cinco dias, poderá custar cerca de R$2.700. Dessa maneira, especialistas dizem que isso pode criar um mercado elitizado, com poucas pessoas tendo a oportunidade de utilizar o Paxlovid.

De fato, o medicamento possui uma eficácia de 89% contra hospitalizações e mortes, relativas às pessoas idosas e com baixa imunidade. O governo federal  vem tentando negociar a aquisição do remédio. Aliás, ele já conseguiu 100 mil doses. A Pfizer afirmou que tem condições de atender a demanda brasileira.

Até o dia 29 de setembro, foram entregues 50 mil doses do medicamento. Todavia, o Ministério da Saúde afirma que o restante deverá ser entregue no início de 2023. A Anvisa aprovou no final de novembro a venda do remédio em farmácias e hospitais particulares. Entretanto, o alto preço dificulta o acesso ao medicamento.

Acesso ao Paxlovid

O medicamento foi aprovado nos Estados Unidos em dezembro de 2021. Entretanto, o governo americano já havia encomendado 10 milhões de doses um mês antes. O tratamento no país custou cerca de US$530, ou seja , quase R$2.700. Na França, o mesmo tratamento prevê um gasto de R$2.800.

De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime, o alto valor do tratamento contra a covid-19, deverá elitizar o mercado, caso o governo federal não ofereça o remédio de forma ampla. Ele recebeu um convite para participar da equipe de transição do presidente Lula.

Naime afirmou que durante uma reunião em novembro passado, ele sugeriu que o novo governo fizesse acordos com os laboratórios, com o objetivo de comprar uma maior quantidade do medicamento. Vale ressaltar que até agora, não se sabe quanto a Pfizer deverá disponibilizar o Paxvolid para os brasileiros.

Nem o governo de transição, nem o Ministério da Saúde informaram a quantidade exata de medicamento solicitada. Até agora, cerca de 30 milhões de doses do Paxvolid foram entregues a 43 países. A equipe de Lula afirma que está em processo de conversação e negociação junto ao laboratório.

Mercado privado

A Pfizer diz que irá disponibilizar seu medicamento o mais rápido possível à rede privada de farmácias e hospitais brasileiros. Entretanto, ela não estimou a data nem o preço do remédio contra a covid-19. Maine afirma que por haver uma pequena demanda governamental acerca do Paxlovid, a indústria deve concentrar seus esforços neste tipo de público. O remédio deve chegar em meados de dezembro.

O vice-presidente da SBI disse que “Agora que tem remédio comprovado e aprovado, tem de usar”. Especialistas em direito médico afirmam que o governo solicitou uma quantidade muito pequena, mas que é preciso observar o mercado internacional, visto que a demanda é bastante grande.

Dessa maneira, o SUS deve ser privilegiado, com o governo comprando a quantidade certa destinada às pessoas que têm a necessidade do tratamento. Deve-se garantir o acesso da população brasileira ao medicamento, principalmente para quem não tem o dinheiro para comprar o remédio.

Como funciona o Paxlovid

O medicamento da Pfizer é composto por dois remédios. Cada um deles possui uma dose de nirmatrelvir com uma coloração rosa e ritonavir, branco. O primeiro é capaz de inibir a liberação de proteínas capazes de replicar o vírus. O segundo auxilia na assimilação do primeiro no organismo.

É preciso ter receita médica para comprar o medicamento nas farmácias de todo o país. O paciente deve ingerir o remédio durante cinco dias de tratamento. A recomendação é para que ele seja utilizado por pacientes com um quadro moderado de covid-19, idosos ou com mais de 18 anos, com comorbidade.