Nesta terça-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desautorizou publicamente a equipe econômica do governo e vetou a criação do programa Renda Brasil. Pouco depois, Paulo Guedes, ministro da Economia, adiou participação em um evento, de acordo com o iG. Em vez disso, o ministro irá se encontrar com Bolsonaro.
Entretanto, durante apresentação virtual no Painel Telebrasil 2020, o ministro falou sobre o Renda Brasil e criticou a imprensa. Ele afirmou que a imprensa distorceu sua ideia do Renda Brasil e que era planejado uma desindexação de todas as despesas do Orçamento, e não apenas de aposentadorias, pensões e Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é direcionada para idosos e pessoas pobres com deficiência.
“Como a primeira página de todos os jornais hoje tavam dizendo que o presidente vai tirar dinheiro dos idosos, dos frágeis e dos vulneráveis para passar pros paupérrimos, o presidente repetiu o que já tinha dito antes: ‘não vou tirar dos pobres para os paupérrimos'”, disse Guedes.
O ministro da Economia também defendeu a reação do presidente, afirmando que foi natural por causa das manchetes que distorceram a sua ideia. Segundo Guedes, a equipe econômica estava debatendo uma mudança “que poderia ser histórica” e que devolveriam à classe política “o controle sobre esses recursos” de desvinculação, desindexação e desobrigação de despesas públicas.
Guedes reclamou ainda que a mídia criou “uma narrativa falsa” e que “não era isso que estava sendo discutido”. O ministro da Economia considerou também que a decisão de Bolsonaro de desistir do Renda Brasil é “política” e “correta”, feita na direção da responsabilidade fiscal.