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Otimismo para o crescimento do PIB em 2021

Após previsões sombrias, hoje se fala de um crescimento superior ao esperado.

O PIB (Produto Interno Bruto) é o índice que representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região, por um tempo estabelecido. O PIB brasileiro leva em consideração o preço em que chegam ao consumidor final, no período de 1 ano. O progresso ou regresso do país é calculado com base no índice obtido, em comparação com o ano anterior.

Ele é considerado o termômetro da economia: quanto maior o PIB de um país, maior sua atividade econômica, e por sua vez, quanto maior a atividade econômica de um país, mais se consome,  se vende e investe nele.

No primeiro trimestre de 2021 o PIB permaneceu fraco, puxada pelo lockdown severo aplicado no país, devido ao novo recorde de casos e mortes por Covid-19. Agora, com o afrouxamento das medidas e avanço da vacinação, a tendência é aumentar.

Projeções otimistas para o PIB

No dia 10 de Maio, o Banco Central divulgou a pesquisa Focus, ajustando suas projeções para a economia brasileira. A boa notícia é que está previsto um maior crescimento, tanto para este ano quanto para 2022.

Para 2021, é esperado que o PIB aumente 3,21% (contra 3,14% da pesquisa anterior). Para o próximo ano, o PIB deve subir 2,33% (uma leve melhora de 0,02% ponto percentual).

O mesmo boletim ainda mantém a projeção de uma alta inflacionária, com expectativa de 3,61% para o ano que vem. Quanto ao câmbio, a perspectiva é a de que o dólar termine o ano em R$ 5,35 (contra R$ 5,40 registrado no levantamento anterior).

“As restrições deste ano tiveram um impacto menor sobre a economia e a circulação do que o que vimos no segundo trimestre do ano passado”, disse a economista da equipe de análises do Itaú Unibanco Júlia Gottilieb, para o CNN Business. “As pessoas aprenderam a conviver com as restrições à mobilidade. As fábricas não fecharam, como da outra vez. Temos home office, deliveries e um monte de coisas que, no segundo trimestre do ano passado, eram ainda novidade e não sabíamos muito bem ainda como lidar.”

A vacinação avança pelo país, e é apoiada pelo secretario do Ministério da Economia Adolfo Sachsida. Ele afirmou em entrevista coletiva. “A melhor política econômica hoje é a vacinação em massa. Nós precisamos vacinar rapidamente a população para garantir o retorno seguro ao trabalho. Tão logo possamos avançar na vacinação em massa e o retorno seguro ao trabalho, nós esperamos o aumento na taxa de ocupação.”

Em documento sobre expectativas do PIB e inflação, divulgado hoje, dia 18, o Ministério da Economia defende: “Já pelo lado das expectativas, uma vacinação mais abrangente e mais rápida da população aumenta as projeções de mercado para o crescimento do PIB para o ano de 2021, pois produz maior otimismo dos agentes quanto à recuperação econômica robusta”.

Exportação acelerada

Além da alta do dólar no Brasil, que torna a exportação mais competitiva, o superávit (ou saldo positivo) recorde é explicado pela maior demanda mundial por produtos agropecuários, como alimentos.

O professor de Agronegócio Global do Insper, Marcos Jank, falou em entrevista ao canal CNN como a pandemia impulsionou as exportações brasileiras.

“No ano passado, os envios para a China cresceram quase 10%. Para o Sudeste da Ásia, esse número ficou em torno de 30% e, para a África, em 15%”, destaca. “Num momento em que o mundo parou e teve desabastecimento de cadeias de suprimento, o Brasil passou a ser fornecedor dessa regiões.” Por causa disso, segundo ele, especialistas já estimam que 2021 pode ser o ano de maior exportação do agronegócio da história do país. Muitos países estão preocupados com o desabastecimento, e o Brasil pode se beneficiar disso.

A ressalva, no entanto, fica para a inflação do Brasil, que pode impactar nos preços dos alimentos exportados. “Esse produto que é exportado também é consumido aqui dentro e temos visto, desde o segundo semestre do ano passado, uma pressão inflacionária vinda dos alimentos, principalmente de produtos exportados.” – diz o professor.

Dólar e commodites em alta – um alerta

O dólar sempre caiu no Brasil quando as commodities sobem no mercado internacional, impulsionado pelas exportações, mas não é o que está acontecendo.

Commodities é o plural de commodity, palavra do inglês que se difundiu no linguajar econômico, referindo-se à algum bem ou serviço de origem primária, comercializado pelo mundo e que possui um grande valor comercial e estratégico. Geralmente, trata-se de recursos minerais, vegetais ou agrícolas, tais como o petróleo, o carvão mineral, o minério de ferro a soja, o trigo, a cana de açúcar, entre outros.

Não é surpresa para o brasileiro o quanto os preços subiram, principalmente da gasolina e itens do supermercado. Por trás destes aumentos assustadores, está um choque de preços inédito na economia do país. Os consumidores brasileiros estão tendo que arcar com o dólar mais alto (o Brasil depende de muitas importações), ao mesmo tempo em que os preços de produtos básicos da alimentação e da indústria também estão subindo no mercado internacional.

Quando os preços das commodities sobem no exterior, os produtores daqui preferem exportar, obrigando o mercado doméstico a pagar o mesmo valor, e é por isso que, aqui dentro do país, eles acabam subindo também.

As duas coisas, dólar e commodities, historicamente, andam em direções opostas no Brasil, e esta é a primeira vez que sincronizam as altas desde que o país abandonou o câmbio fixo e adotou o regime flutuante, em 1999. Desconforto político, pandemia em descontrole, contas públicas confusas e juros que nunca estiveram tão baixos, estão entre as razões apontadas para explicar a fuga de capital, mesmo com o real tão desvalorizado.

Fuga de capital é uma expressão na economia que descreve quando investidores estrangeiros retiram seu dinheiro investido em um país. Situações que aumentem o risco de um país ou do seu sistema econômico podem trazer esse tipo de ação por parte dos investidores estrangeiros. Esse é um fenômeno bastante comum em períodos de crise da economia, em que eles ficam mais receosos sobre os efeitos em relação ao seu patrimônio. E é claro, o país fica mais pobre, menos desenvolvido e com recursos subtraídos.