A batalha contra a tuberculose tem sido uma das prioridades do Ministério da Saúde brasileiro. Recentemente, um novo marco foi estabelecido nesta luta, com a incorporação de um medicamento que promete revolucionar o tratamento da tuberculose resistente no Sistema Único de Saúde (SUS).
A pretomanida, o medicamento em questão, foi adicionado à lista de medicamentos disponíveis no SUS, conforme publicado no Diário Oficial da União. Essa incorporação representa uma grande vitória para a saúde pública, uma vez que o medicamento tem o potencial de reduzir o tempo de tratamento da tuberculose resistente em 70%.
Os benefícios da pretomanida vão além da redução do tempo de tratamento. O medicamento também é administrado por via oral, o que facilita a adesão dos pacientes e requer menos visitas de acompanhamento. Isso significa que os pacientes terão menos interrupções em suas rotinas diárias, o que pode levar a uma melhor qualidade de vida e a um tratamento mais eficaz.
A incorporação da pretomanida não beneficia apenas os pacientes. A economia gerada para o SUS é estimada em cerca de R$ 100 milhões em cinco anos. Isso é possível porque o tratamento mais curto resulta em menos visitas ao médico e em menos medicamentos necessários para completar o tratamento.
A tuberculose é uma doença que continua sendo um grave problema de saúde pública no Brasil. Ela afeta aproximadamente 80 mil pessoas por ano no país e estima-se que mais de 5,5 mil pessoas morram devido à doença.
Os principais beneficiados com a incorporação da pretomanida são os pacientes com tuberculose resistente, que não respondem aos tratamentos terapêuticos disponíveis até então na rede pública de saúde.
O Brasil está entre 30 nações do mundo com maior índice de transmissão da doença, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O compromisso do governo brasileiro é reduzir a incidência de tuberculose para menos de 10 casos por 100 mil habitantes até 2030.
O tratamento da tuberculose no Brasil tem sofrido diversas mudanças nos últimos anos. Em 2020, quase metade dos pacientes com tuberculose resistente não obtiveram sucesso no tratamento. A inclusão da pretomanida visa melhorar esse cenário.
A oferta de esquemas de tratamento com a pretomanida é recomendada pela OMS para o enfrentamento da tuberculose. Isso se deve ao fato de que, além de ser mais caro, o tratamento com outros medicamentos é mais longo e causa mais efeitos adversos.
A tuberculose é considerada uma doença de determinante social, ou seja, ela é fortemente influenciada por fatores socioeconômicos. Pessoas em situação de rua, por exemplo, têm 54 vezes mais risco de adoecer do que a população geral.
O diagnóstico precoce é fundamental para o alcance das metas estabelecidas pelo governo brasileiro, pois permite o início do tratamento no tempo correto, ampliando as chances de cura, especialmente para a população mais vulnerável.
Uma das estratégias para prevenir a tuberculose é a vacinação com a vacina BCG, que é indicada para recém-nascidos. No entanto, a partir de 2019, a cobertura desta vacinação não ultrapassou os 88%.
Para reverter esse cenário, o governo federal lançou o Movimento Nacional pela Vacinação, com o objetivo de fortalecer as ações de vacinação e resgatar a confiança da população nas vacinas.
O Ministério da Saúde tem trabalhado incansavelmente para combater a tuberculose e outras doenças com determinantes sociais. Para isso, novas cooperações estão sendo traçadas para apoiar o Brasil e outros países na erradicação dessas doenças.
Em junho deste ano, foi instalado o Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDS). Este comitê, coordenado pelo Ministério da Saúde, tem como objetivo elaborar estratégias de eliminação de doenças que acometem de forma mais intensa as populações de vulnerabilidade social.
A incorporação da pretomanida pelo SUS marca um passo importante na batalha contra a tuberculose no Brasil. Com esse novo medicamento, espera-se que mais pacientes se beneficiem de um tratamento mais curto e menos invasivo, levando a uma maior adesão ao tratamento e, finalmente, a mais curas. Este é um exemplo de como a ciência e a tecnologia podem trabalhar juntas para melhorar a saúde pública e a qualidade de vida das pessoas.