Segundo uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, mais da metade dos consumidores brasileiros não controlam seus gastos com cartão de crédito, mesmo às vésperas da Black Friday. O Serviço de Proteção ao Crédito também participou do levantamento, que apontou que 55% dos consumidores não controlam os gastos mensais com cartão.
Além disso, o estudo demonstrou que 80% dos consumidores que já estão no rotativo do cartão de crédito não possuem conhecimento sobre as taxas de juros que estão sendo cobradas. O crédito rotativo é uma espécie de empréstimo, utilizado quando o cliente não consegue pagar a fatura do cartão, e possui uma das maiores taxas de juros do mercado financeiro.
Segundo Daniel Sakamoto, gerente executivo na Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, esses dados são muito preocupantes, principalmente os relativos aos juros do rotativo do cartão de crédito.
Apesar disso, 58% dos entrevistados na pesquisa afirmaram que pelo menos evitam pagar o mínimo da fatura do cartão, enquanto outros 15% pagam apenas o mínimo. Na média geral, os entrevistados contam com uma quantidade de faturas em atraso de 2 meses.
Ao contrário dos dados citados anteriormente, muitos entrevistados pela pesquisa afirmaram que controlam seus gastos com o cartão de crédito. Segundo a pesquisa do SPC, os principais métodos utilizados por esses consumidores são as anotações em um caderno de papel ou uma planilha no computador.
De qualquer forma, dentre todos os entrevistados, dois em cada três consumidores possuem pelo menos uma compra em aberto na fatura, sendo que a média para pagamento é de 6 meses. Na comparação com a mesma pesquisa feita no ano passado, isso representa uma parcela a menos.
Por fim, o levantamento apontou que 90% dos consumidores possuem um cartão de crédito, sendo que a média foi de dois cartões para cada consumidor entrevistado. Os usos mais comuns do cartão no mês são para compras de roupas, calçados e acessórios. Em seguida, estão os gastos com remédios e supermercado.
A Serasa e a FlexPag, em parceria com o instituto de pesquisa Opinion Box, realizaram uma pesquisa chamada de “Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro 2023”. Sendo assim, o estudo demonstrou que 59% das dívidas em cartão de crédito no Brasil são provenientes de compras em supermercados. Além disso, produtos como roupas, calçados e eletrodomésticos representam 46% do total de dívidas, e gastos em farmácias, com remédios e tratamentos médicos, representam 37%.
Mais da metade dos entrevistados (55%) afirmaram que o cartão de crédito é uma dívida que já tiveram, mas não conseguiram pagar. Este valor está dois pontos percentuais acima do que foi observado nos anos de 2021 e 2022. Com isso, a pesquisa confirmou o cartão como o principal tipo de dívida dos inadimplentes.
Por outro lado, a situação já esteve pior nos anos anteriores à pandemia, sendo que em 2018 a participação do cartão de crédito era de 76%, e em 2019 de 71%. De acordo com o Serasa, isso demonstra que a “volta da rotina fora de casa levou a uma aceleração de gastos com cartão de crédito”.