O Racionalismo é uma corrente filosófica que traz como argumento a noção de que a razão é a única forma que o ser humano tem de alcançar o verdadeiro conhecimento por completo.
O filósofo, físico e matemático René Descartes foi um dos principais difusores dos pensamentos ligados a essa teoria. Ele defende que é preciso duvidar de todo conhecimento adquirido para conseguir alcançar a razão absoluta.
No Racionalismo acredita-se que a razão é o centro do conhecimento. Os filósofos que representam essa corrente argumentam que a mente do ser humano é responsável pela percepção e organização das informações já existentes.
Os racionalistas defendem que além de organizar, a mente também armazena e atribui significado às informações que já foram adquiridas. É também tese do racionalismo a ideia de que os conhecimentos de propriedade dos seres humanos são parte de uma dedução lógica, somada a argumentação e análise de informações.
Essas informações analisadas são geradas pelos sentidos e precisam ser compreendidas por um sistema racional para que a mente possa acessar outros conhecimentos. Descartes traz a noção de que uma boa parte da ideia que temos são inatas. Elas já estão presentes na nossa mente, desde o nosso nascimento.
Além de Descartes, Baruch Spinoza e Wihelm Leibniz também foram importantes filósofos que ajudaram na propagação dessa corrente.
O Empirismo é a corrente filosófica oposta ao Racionalismo. Os empiristas acreditam que os conhecimentos dos seres humanos surgem das experiências vividas ao longo do tempo.
O Racionalismo Cartesiano foi construído por Descartes. A base dessa teoria está no que o filósofo entendia como lógica. Ele defendia a ideia de que o ser humano é capaz de construir o próprio pensamento.
Para ele, todo ser humano é formado por uma substância pensante (a mente) e por uma substância externa (o corpo).
René Descartes defendia a ideia de que é preciso duvidar antes de adquirir, organizar e analisar o conhecimento. Ele acreditava que é preciso colocar em dúvida todos os conhecimentos já existentes para, em seguida, buscar alcançar a verdade.
O filósofo entendia que a realidade precisava ser contestada por completo e, junto com ela, o que acreditamos e conhecemos.
Assim, Racionalismo Cartesiano é formado pelo pensamento e pela dúvida. É dessa definição que Descartes forma uma das suas linhas de pensamentos mais conhecidas, a ideia do “penso, logo existo”.
Através dessa ideia, Descartes propõe uma diferença entre as ideias claras e distintas, e as ideias duvidosas presentes no universo. Para Descartes, essas ideias claras e distintas são a representação das ideias inatas, que são tidas como verdadeiras.
Essas ideias são consideradas verdadeiras porque não são passíveis de erro, já que vem de dentro, do próprio sujeito. Entende-se também que a verdade só é livre de dúvidas depois que é questionada e duvidada.
Outra noção importante no Racionalismo Cartesiano é a ideia de que a consciência (entendida também como pensamento) tem mais certeza de que a matéria (o corpo). Essa matéria é também formada por uma possibilidade de conhecimento.
O Idealismo também é uma parte desse pensamento quando propõe a valorização do sujeito, em detrimento do objeto.
Na construção do Racionalismo Cartesiano, Descartes desenvolveu a noção de 4 regras que, segundo ele, tem a função de dar suporte ao espírito na condução da verdade. Essas regras são: da evidência, da análise, da ordem e da enumeração. Confira abaixo a explicação de cada uma dessas regras:
Essa regra propõe que só o que é evidente deve ser aceito como algo totalmente verdadeiro.
Essa regra propõe que para resolução de um problema é necessário fazer uma divisão sem limitação das dificuldades. Essas dificuldades devem ser dividas em quantas partes forem necessárias.
Essa regra propõe que para conseguir raciocinar é preciso organizar os problemas, dos mais simples aos mais complexos.
Essa regra propõe que durante a resolução de um problema é sempre preciso realizar algumas verificações gerais e de modo completo, para que nenhum aspecto do problema seja esquecido no processo.
Basicamente, o Racionalismo e o Empirismo são correntes filosóficas que dispõe do mesmo objetivo principal, que seria a busca da explicação da formação do conhecimento que os seres humanos adquirem. Porém, essas duas teorias têm explicação completamente diferentes para essa questão.
Os racionalistas entendem que a razão e a lógica são a única fonte que gera o conhecimento humano. Os filósofos racionalistas também defendem que a intuição é parte da construção do conhecimento e também acreditam que os seres humanos possuem conhecimentos inatos.
Os princípios chaves do Racionalismo são a dedução, a razão e o conhecimento inato.
Já os empiristas defendem que a experiência, e não a lógica, é a única fonte que gera o conhecimento humano, assim como a experimentação que também faz parte da formação do ser humano. Os filósofos empiristas não acreditam nem em intuição e nem em conhecimentos inatos.
Os princípios chaves do Empirismo são a indução e as experiências sensoriais.
Nascido na França, no ano de 1596, René Descartes foi um filósofo, físico e matemático considerado o criador no método do plano cartesiano e da filosofia moderna. Ele morreu no ano de 1650.
O filósofo também ficou bastante conhecido pelas suas contribuições para o início do Iluminismo. Descartes defendia a ideia de que a razão absoluta é a única forma possível para o desenvolvimento da vida humana.
O “Discurso do Método” é a sua obra mais conhecida. Confira abaixo uma lista com mais algumas das suas obras mais conhecidas:
– Regras Para a Direção do Espírito, publicada em 1701;
– Paixões da Alma, publicada em 1649;
– Meditações Sobre a Filosofia Primeira, publicada em 1641;
– Princípios da Filosofia, publicada em 1644;
– Geometria, publicada em 1637;
– O Mundo ou Tratado da Luz, publicada em 1664.
“Penso, logo existo” é uma das suas frases mais conhecidas e reflete como o filósofo entendia a busca pelo conhecimento. Além dessa frase, “Nada vem do nada”, “A dúvida é a origem da sabedoria”, “Conquiste você mesmo, não o mundo” são outras frases bastantes conhecidas de Descartes.