A Microsoft e Paige, um gigante da tecnologia no setor de saúde, estão colaborando para criar o maior modelo de inteligência artificial (IA) do mundo para identificar e combater o câncer.
A IA está sendo treinada com bilhões de imagens e a esperança é que ela possa ajudar na detecção do câncer, contornando a escassez de profissionais e o crescente número de casos. O modelo de IA, segundo a CNBC, já obteve o aval da Food and Drug Administration (FDA), a agência dos Estados Unidos responsável pela área de alimentação e saúde, para um sistema chamado FullFocus. Esse sistema permite que os médicos analisem uma imagem digital na tela, em vez de usar o microscópio.
O modelo de IA da Paige é capaz de identificar cânceres de mama, cólon e próstata a partir das imagens digitalizadas.
Um desafio que surgiu no diagnóstico digital é a questão do armazenamento de dados. Uma única lâmina de microscópio pode ocupar mais de um gigabyte de armazenamento. Para contextualizar, a Paige tem dez vezes mais dados armazenados do que a Netflix.
O modelo original da empresa foi treinado com mais de 1 bilhão de imagens de 500 mil lâminas de patologia. O novo modelo utiliza 4 milhões de lâminas.
A Paige, fundada em 2017 como um projeto do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, de Nova York, tem usado a infraestrutura de supercomputação e armazenamento em nuvem da Microsoft para desenvolver seu modelo de IA para diagnóstico.
A Microsoft, por sua vez, tem trabalhado em algoritmos para detecção e diagnóstico, que devem ser disponibilizados para uso nos próximos anos.
A ideia é tratar a IA como uma ferramenta manejada pelo ser humano, semelhante ao uso de um raio-x. Isso facilitaria o trabalho dos patologistas, não os substituiria.
Na prática, isso reduziria o tempo necessário para fazer um diagnóstico, beneficiando tanto o sistema de saúde e os profissionais quanto os pacientes.
Os patologistas são médicos que realizam testes laboratoriais em fluidos e tecidos corporais para fazer um diagnóstico. É uma especialidade que muitas vezes atua nos bastidores e é crucial para determinar o caminho a seguir do paciente.
“Você não tem câncer até que o patologista diga. Essa é a etapa crítica em todo o ofício médico”, disse Thomas Fuchs, cofundador e cientista-chefe da Paige.
No entanto, apesar do papel essencial dos patologistas, Fuchs afirmou que seu fluxo de trabalho não mudou muito nos últimos 150 anos.
Para diagnosticar o câncer, por exemplo, os patologistas geralmente examinam um pedaço de tecido em uma lâmina de vidro ao microscópio. O método é testado e comprovado, mas se os patologistas erram, isso pode ter consequências terríveis para os pacientes.
Como resultado, a Paige tem trabalhado para digitalizar o fluxo de trabalho dos patologistas para melhorar a precisão e a eficiência.
A empresa recebeu aprovação da FDA (Food and Drug Administration, órgão semelhante à Anvisa no Brasil) para sua ferramenta de visualização FullFocus, que permite aos patologistas examinar slides digitalizados em uma tela em vez de depender de um microscópio.
A Paige também construiu um modelo de IA que pode ajudar os patologistas a identificar câncer de mama, câncer de cólon e câncer de próstata quando aparece na tela.
“Estamos criando novos modelos de IA que permitirão insights sem precedentes sobre a patologia do câncer”, disse Desney Tan, vice-presidente e diretor administrativo da Microsoft Health Futures. “Liberar o poder da IA é uma virada de jogo no avanço da saúde para melhorar vidas.”
Com a ajuda da IA, os médicos podem identificar e tratar o câncer de forma mais eficaz, o que pode salvar inúmeras vidas e melhorar a qualidade de vida de muitos pacientes. Isso é apenas o começo de uma revolução na medicina que está sendo conduzida pela tecnologia.