O Banco Central (BC) continua realizando as etapas do projeto-piloto do real digital, o Drex. A autarquia está trabalhando para lançar a moeda digital do Braisl em 2024, e isso está cada vez mais perto de acontecer.
Na última segunda-feira (11), o BC realizou a primeira emissão de títulos públicos federais na plataforma Drex para fins de simulação. De acordo com o BC, os participantes habilitados receberam uma cota da versão para simulação dos títulos públicos.
A partir desses valores, os participantes puderam iniciar a simulação de compra e venda dos títulos entre eles mesmos e entres clientes simulados. Aliás, a incorporação das instituições ao Piloto Drex teve início no final de julho, totalizando 16 grupos selecionados, a iniciativa conta com 11 nós de instituições em funcionamento. A propósito, o termo nós se refere aos pontos de operação.
Em resumo, houve a simulação de vários tipos de operações, tanto no atacado quanto no varejo. Alguns dos processos realizados foram os seguintes:
O BC revelou que todos os participantes conectados realizaram ao menos alguns desses tipos de transações. A saber, cerca de 500 operações ocorreram com sucesso.
Segundo o Banco Central, a primeira fase do Piloto Drex deverá seguir até meados de 2024. Em suma, a autarquia ainda irá desenvolver outras funcionalidades para facilitar o uso do sistema, até porque o sistema passará a ser disponibilizado para a população em breve, e o BC quer avaliar o desempenho da plataforma ao final do projeto.
“O potencial para afetar o cotidiano do brasileiro é muito grande. Da mesma forma que o Pix democratizou o acesso a serviços de pagamentos, o Drex está sendo desenvolvido para democratizar o acesso a serviços financeiros, como crédito, investimento e seguros“, ressaltou Fabio Araujo, coordenador do projeto do Drex no BC.
Esta primeira fase está sendo marcada por testes, e o BC vem analisando os resultados de cada um deles. A cada semana, um novo tipo de operação tem início, e as instituições participantes realizam os procedimentos devidos.
“As operações que estão sendo disponibilizadas para teste na rede são referentes a criação de carteiras para os participantes, que operam com Drex de atacado, e criação de carteiras para clientes finais, que operam com Drex de varejo“, explicou Araújo.
“Além da criação de carteiras, os participantes já começaram a realizar operações de transferência, que podem ser diretamente entre participantes, entre um participante e seu clientes, entre clientes de um mesmo participante e até mesmo entre clientes de diferentes participantes“, acrescentou.
Cabe salientar que todas as operações se tratam apenas de simulação, ao menos por enquanto. Estas operações tem o objetivo de testar a infraestrutura básica do Drex, que ainda precisa de soluções para a proteção à privacidade. As melhorias serão testadas ao longo do Piloto Drex, disse o BC.
Atualmente, as operações com o Drex estão ocorrendo apenas em ambiente simulado. Contudo, a expectativa é que o sistema cresça de maneira significativa no Brasil ao longo dos próximos meses. Aliás, o sistema está sendo desenvolvido justamente para ser utilizado ostensivamente pela população do país.
Vale destacar que as instituições participantes vêm atuando de maneira intensiva nos testes do Drex, bem como na sua implementação no Brasil. Em síntese, os testes buscam elaborar sistemas compatíveis com a base disponibilizada.
“Para que os testes possam prosseguir para fase de soluções de privacidade, é necessário que os participantes tenham familiaridade com as operações básicas da plataforma Drex“, disse Rogério Lucca, chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban) do BC.
“É importante ressaltar que essas são as primeiras operações de um sistema complexo e que a tendência é o número de operações cresça de forma acelerada uma vez que os primeiros testes de cada participante sejam realizados”, acrescentou.
A saber, o forte engajamento das instituições participantes é um sinal claro do potencial do Drex, vislumbrado pelas instituições. Inclusive, os participantes enxergam um grande potencial na plataforma para que ocorra “o desenvolvimento e a oferta futura de soluções inovadoras”, segundo Lucca.
Muitas pessoas se perguntam qual foi o motivo de o BC ter escolhido o nome DREX para o real digital. Em resumo, a autarquia explicou que cada letra que compõe o nome da nova moeda se refere a uma característica da ferramenta.
Confira abaixo o significado de cada letra:
O Banco Central ainda revelou que a letra X foi escolhida para repetir a última letra do PIX, o meio de pagamento instantâneo que consiste na transação de valores financeiros entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia. Isso o torna rápido e prático, sem contar que o sistema também é bastante seguro.
Por fim, o Drex será apenas uma extensão do papel moeda, uma forma de dinheiro emitida pelo BC, que o controlará. A moeda digital oficial é reconhecida como um meio de troca legal. Portanto, o real digital terá valor respaldado pelo governo, igualmente à moeda física (cédulas e moedas). Entretanto, ao invés de existir fisicamente, o Drex terá apenas um registro eletrônico e seu armazenamento ocorrerá em sistemas digitais.