O Ministro da Cidadania, João Roma, participou de uma entrevista em uma rádio no estado de Sergipe nesta terça-feira (17). Na ocasião ele voltou a falar sobre a questão do novo Bolsa Família. De acordo com o chefe da pasta que responde pelo benefício, o programa em questão vai ser pago com “responsabilidade”.
“Da maneira mais responsável possível, o presidente Bolsonaro tem todo o interesse de ampliar o programa social, porque é um presidente que anda na rua e conversa com a nossa população”, disse o Ministro. De acordo com ele, o projeto está terminando se ser concluído e o Governo deverá dar novos detalhes em breve.
Essa fala do Ministro da Cidadania acontece em um momento em que o Planalto está respondendo muitas críticas neste sentido. Alguns parlamentares estão dizendo que o Governo Federal estaria perdendo o controle das contas públicas. Há quem diga, por exemplo, que o Presidente Jair Bolsonaro estaria aplicando esse aumento por uma questão eleitoral.
Recentemente, aliás, o ex-Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse algo parecido. De acordo com o parlamentar, o Presidente Jair Bolsonaro estaria seguindo os passos de Dilma Rousseff (PT). Na prática, ele disse que o chefe do executivo estaria gastando demais para poder se reeleger no próximo ano.
Diante dessa e de outras críticas, membros do Palácio do Planalto estão correndo para dizer em várias entrevistas que isso não seria verdade. De acordo com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, o Governo não vai aprovar nenhum tipo de aumento no novo Bolsa Família, se ele acabar furando o teto de gastos públicos.
A grande questão é que o Auxílio Brasil ainda não encontrou um entendimento nem dentro do próprio Palácio do Planalto. Tanto é que eles ainda não decidiram o que fazer com uma série de pontos do programa em questão.
A MP do Auxílio Brasil que o Planalto entregou no Congresso Nacional não fala nem em valores nem em quantidade de usuários que irão entrar no programa a partir de novembro. É que há uma série de visões divergentes entre os próprios aliados do Governo Federal neste momento.
De um lado, membros do grupo político conhecido como Centrão querem que o Planalto pague valores maiores e insira mais gente do projeto. Do outro lado, membros do Ministério da Economia estão querendo que esses números sejam mais enxutos.
Se por um lado o Governo Federal está recebendo críticas de setores do mercado em relação aos possíveis valores altos do Bolsa Família, do outro a oposição está pedindo o contrário. Eles querem que o poder executivo aumente ainda mais o patamar de pagamentos.
Parlamentares de oposição apresentaram mais de 400 emendas para a MP do Bolsa Família que está no Congresso Nacional. A grande maioria delas fala sobre a questão dos valores do benefício que vai entrar em cena a partir de novembro.
Uma dessas emendas, por exemplo, pede que o Governo passe a pagar montantes de R$ 1200 mensalmente para alguns grupos do novo Bolsa Família. Caso passe, o programa em questão poderia acabar pagando mais do que o atual salário mínimo.