\"NO MUNDO DA LUA!\" Índia faz pouso histórico no polo sul da Lua

\”NO MUNDO DA LUA!\” Índia faz pouso histórico no polo sul da Lua

Módulo lunar do país asiático pousou no polo sul da lua. País quer investigar a possibilidade de presença de água

A Índia escreveu o nome do país na história da corrida espacial internacional nesta quarta-feira (23). Em uma missão histórica, o módulo lunar do país asiático pousou no polo sul da lua, uma região que nunca foi explorada pelo homem, justamente porque fica localizada no lado escuro do satélite natural.

A missão em questão foi nomeada de Chandrayann-3 e conseguiu pousar com sucesso no solo lunar. Agora, a Índia se torna o quarto país do mundo a conseguir o feito de explorar o nosso satélite natural. Antes, a União Soviética (atual Rússia), os Estados Unidos e a China tinham conseguido realizar este tipo de procedimento, embora em locais diferentes.

Nas redes sociais, vários indianos comemoraram o sucesso do procedimento. Por meio de uma transmissão ao vivo, a agência espacial apresentou uma representação gráfica de uma sonda descendo na Lua. O suave toque na superfície aconteceu às 9h33, pelo horário de Brasília, apenas um minuto depois da frenagem conduzida pelos propulsores do módulo de pouso.

\"NO MUNDO DA LUA!\" Índia faz pouso histórico no polo sul da Lua
Foto capturada após o pouso na Lua. Imagem: @isro__ no X

O discurso do Primeiro-Ministro

O primeiro-ministro da Índia, Narenda Modi, fez um discurso à nação nesta quarta-feira (23) logo depois da confirmação do sucesso da missão. Hoje, o líder político está na África do Sul, onde participa de uma reunião com a cúpula dos Brics,  que também reúne Brasil, África do Sul, China e Rússia, ou seja, dois dos países que também possuem história na corrida espacial.

“Este é o momento para uma nova Índia em desenvolvimento. Nenhum país chegou lá [no polo sul da Lua] antes. Com o trabalho duro de nossos cientistas nós chegamos lá”, comemorou Narendra Modi, primeiro-ministro do país.

Ele também disse que todos os países do chamado Sul Global têm o direito de sonhar em explorar e estudar a lua, em um claro recado aos países subdesenvolvidos que estão participando da reunião dos BRICS.

Água na lua?

O grande objetivo desta exploração é descobrir se existe alguma forma de água na lua. Como dito, esta expedição pode ser importante neste sentido, já que nenhum outro país tinha conseguido fazer um pouso justamente nesta região.

A primeira viagem espacial deste projeto ocorreu ainda em 2008, e chegou a detectar a presença de água na superfície da lua.

“Ainda precisamos de muito mais detalhes sobre onde e quanta água existe, e saber se toda ela está congelada”, disse Akash Sinha, professor de robótica espacial na Universidade Shiv Nadar University, perto de Delhi, à BBC.

“Não desistimos”

O sucesso desta operação acabou sendo uma premiação para a persistência indiana. Em 2019, o país realizou a sua primeira tentativa de pousar nesta região da lua. O programa, no entanto, não deu certo e não saiu como se imaginava inicialmente.

De acordo com a agência espacial indiana, o módulo lunar acabou se espatifando no solo da lua. O problema, ainda segundo a agência, provavelmente ocorreu por causa de  uma falha de software na operação dos motores de descida.

A nova missão, no entanto, foi mais barata do que a primeira. Segundo as informações oficiais, foram usados US$ 140 milhões para a tentativa frustrada de 2019, e apenas US$ 80 milhões nesta segunda rodada, que desta vez foi bem sucedida.

A queda no investimento se deu por alguns motivos.

  • O módulo atual usou a atração gravitacional da Lua para levar a nave à órbita lunar;
  • A missão atual não inclui um novo orbitador — um satélite que fica em órbita.

Corrida à lua

As primeiras tentativas de estudar o espaço pelo homem ocorreram no século XX, no período da Guerra Fria. Na ocasião, Estados Unidos e a antiga União Soviética lutaram para mostrar quem poderia ir mais longe.

No meio de uma sucessão de falhas e de conquistas dos dois lados, há o consenso de que aquele período abriu portas para que outros países também começassem a estudar o que nos ronda no universo.

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