Os Correios estão em greve! A decisão foi tomada na noite dessa quarta-feira, 24 de janeiro, após assembleia realizada entre os funcionários da estatal e a SINDECT-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba).
A decisão de paralisar as operações veio depois da reunião realizada entre membros da SINTECT-SP, a Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios) e diretores dos Correios.
De acordo com o sindicato, a reunião foi considerada infrutífera já que não correspondeu a expectativa dos dirigentes dos sindicatos em relação as propostas encaminhadas.
Clique aqui para ver o vídeo da assembleia.
Diante da ausência de soluções, os trabalhadores optarem pelo estado de greve.
As paralisações serão mantidas até sexta-feira, dia 26, quando uma nova reunião entre os sindicatos e o presidente dos Correios, Fabiano Silva, está prevista para acontecer.
Uma das principais reinvindicações dos sindicatos é a realização de concurso público para suprir o déficit de funcionários.
“O concurso é urgente. As condições de trabalho estão péssimas na ECT e a direção da empresa não se mexe. Os setores lotados de encomendas e cartas paradas há meses e o pessoal tendo de ir muito além da jornada é prova disso!”, afirma a SINTECT – SP.
Para os Correios, por outro lado, a história parece ser diferente. Nas redes sociais, a empresa estatal rasga elogias a categoria e confirma o salário antecipado de 11,4% para os 46 mil carteiros e carteiras do país, negociado com os trabalhadores no último acordo coletivo.
Para isso, a estatal irá antecipar o pagamento do salário que normalmente é feito no último dia útil do mês.
“Nossa gestão entende que a comemoração dessa data passa por reconhecimento e estamos fazendo isso em forma de benefícios e investimentos em nossas carteiras e nossos carteiros e em seus ambientes de trabalho”, afirma o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.?
Na mesma ocasião, os Correios também afirma que serão investidos cerca de R$ 350 milhões para construção e modernização de centros operacionais e reforma de agências em diversas regiões do Brasil.
Os Correios ressalta ainda a inclusão da empresa no Novo PAC do governo federal, que vai destinar R$ 856 milhões para construção de complexos operacionais e modernização de sistemas automatizados de triagem em diversos pontos do Brasil até 2026.?
Recentemente, a Findect emitiu um comunicado em seu site afirmando que os Correios podem entrar em colapso caso um novo concurso público não seja realizado com urgência.
De acordo com o sindicato, o déficit de funcionários na estatal coloca em risco todas as operações da empresa, levando a condições precárias de trabalho, além, é claro, de prejudicar o atendimento à população.
“A cada dia que passa, as condições de trabalho nos Correios se agravam, tornando-se uma verdadeira bola de neve que compromete não apenas a saúde dos trabalhadores, mas também a prestação de serviços à população. O déficit de funcionários, persistente há mais de uma década devido à ausência de contratações através de concursos públicos, é alarmante”, informou o sindicato em nota.
Ainda segundo a Findect, o Correios passou de 127 mil funcionários para apenas 80 mil.
“Diante dessa crise iminente, a realização urgente de concurso público torna-se não apenas uma necessidade, mas uma responsabilidade do governo e da direção dos Correios. O silêncio e a inação são inadmissíveis diante da situação crítica que se instalou. O apelo é claro: contratação já!”, complementa a Findect.
Além das novas contratações, o sindicato ainda revela a falta de infra estrutura para o trabalho, exigindo da estatal melhores condições.
Para a Findtec é urgente que as unidades de atendimento, os centros de distribuição e tratamento recebam melhorias essenciais para garantir a eficiência e a qualidade do serviço prestado à população.
Outro problema apontado pelo sindicato é o descompasso entre a demanda cada vez maior e a estrutura atual que não é capaz de atender ao cenário moderno.
Apesar do comunicado, até o momento os Correios não se manifestaram sobre a realização de um novo concurso público.
Vale lembrar que no final do ano passado, sob a pressão de uma possível greve, a estatal atendeu as exigências do sindicato que propunha o reajuste salarial de R$ 250 para os servidores que recebem até R$ 7 mil mensais, além de um aporte no valor do vale alimentação de R$ 1.500 a mais.
Apesar da evidente necessidade de concurso público, os Correios ainda não sinalizaram sobre a realização de uma nova seleção.
Portanto, ainda não se sabe quando o certame será realizado.
A empresa estatal está sem concurso público há mais de uma década, o que reforça o déficit de servidores.
Atualmente especula-se que existam cerca de 7 mil cargos vagos. Mas esse número pode aumentar ainda mais com os pedidos de aposentadoria, a expansão dos serviços e demanda crescente por serviços de postagem e frete.
Outro motivo que indica a necessidade do novo concurso é que o governo federal retirou os Correios da lista de privatizações.
Tanto os Correios, quanto outras estatais importantes não serão mais privatizadas. O anúncio foi dado em decreto pelo executivo federal em abril do ano passado.
Ao todo, sete estatais foram retiradas do Programa Nacional de Desestatização (PND). São elas:
O novo concurso Correios deve ofertar cerca de 5 mil vagas efetivas. A informação foi divulgada após uma reunião entre a Diretoria Executiva dos Correios e o secretário geral da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores da ECT), José Rivaldo da Silva.
Segundo o secretário, na ocasião, foram ouvidas as demandas dos funcionários da estatal e discutida a necessidade de realização de novo concurso para suprir o déficit de servidores.
Contudo, até o momento o concurso não foi confirmado pelos Correios, nem mesmo aprovado pelo presidente da empresa, Fabiano Silva Santos.
Caso seja aprovado internamente, o pedido ainda precisa seguir para o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, sob o comando da ministra Esther Dweck, para que seja autorizado oficialmente.
Se autorizado, o concurso Correios irá ofertar vagas para nível médio e superior provavelmente para os seguintes cargos:
Nível médio:
Nível superior:
De acordo com o último edital, onde foram ofertadas 9.190 vagas para todo o país com oportunidades para cargos de nível médio e superior, os salários iniciais na época eram de R$ 3.211,58.
Hoje em dia, no entanto, os salários podem variar de R$ 2.179,25, para cargos de nível médio em inicio de carreira, até R$ 25.126,53 para cargos de nível superior na maior hierarquia.
Confira a seguir os requisitos exigidos para cada um dos cargos existentes dentro da empresa brasileira:
Agente dos Correios
Técnico de Correios
Especialista de Correios
Analista de Correios
Auxiliar de Enfermagem do Trabalho
Enfermeiro do Trabalho
Engenheiro de Segurança do Trabalho
Técnico em Segurança do Trabalho
Médico do Trabalho