A compra de um imóvel é um grande passo na vida de todos. No entanto, para a grande maioria das pessoas, não é possível comprar um imóvel à vista. Nesses casos, o financiamento imobiliário é uma opção para quem deseja ter a casa própria.
O Minha Casa Minha Vida surgiu como uma solução para o desenvolvimento social do Brasil. Ele tem ajudado a reduzir o déficit habitacional no país e a melhorar a qualidade de vida das famílias brasileiras.
A Caixa Econômica Federal é a instituição financeira que oferece financiamento imobiliário para o programa. Porém, para ser aprovado, o solicitante deve atender a alguns requisitos, alguns óbvios, outros nem tanto.
Neste artigo, vamos discutir alguns erros que as pessoas cometem que podem levar a Caixa a não aprovar o financiamento pelo Minha Casa Minha Vida.
Minha Casa Minha Vida: esteja atento antes de financiar
Muitos sonham com a casa própria e até se preparam para isso, mas na hora em que se dirigem ao banco, tomam um “balde de água fria”, pois seu financiamento é negado. Por que isso acontece?
É importante saber o que o banco, neste caso, a Caixa, examina na vida financeira do futuro cliente na hora de conceder ou não o empréstimo. Algumas coisas que parecem corriqueiras em nosso dia a dia podem ser fundamentais para formar o nosso histórico financeiro. Veja agora quais são elas!
Empréstimos
Empréstimos são ofertados exaustivamente em aplicativos de bancos, e de maneira muito atrativa. Alguns oferecem facilidades, como juros mais baixos, maior prazo de pagamento e sem consulta ao “nome sujo”.
É rápido e fácil aceitar essas ofertas e sentir o gosto do dinheiro na mão, mas você sabia que isso pode comprometer a aprovação de seu financiamento no Minha Casa Minha Vida?
Quando você solicita um empréstimo, a Caixa irá avaliar sua capacidade de pagar a dívida. Isso inclui olhar para sua renda, seu histórico de crédito e seus outros passivos. O banco tem acesso a todas essas informações através do SCR (Sistema de Informações de Crédito do Banco Central do Brasil).
Se você tiver muitos empréstimos, significa que você terá menos dinheiro para pagar o financiamento habitacional. Isso pode fazer com que a Caixa seja mais relutante em aprovar seu financiamento.
Além disso, se você tiver um histórico de atrasos no pagamento de empréstimos, isso também pode prejudicar suas chances de aprovação de um financiamento pelo Minha Casa Minha Vida.
Então, se você está pensando em participar do Minha Casa Minha Vida, não é uma boa hora para tomar aquele empréstimo. Também, é importante pagar suas dívidas existentes e melhorar seu histórico de crédito antes de fazer a solicitação. Isso ajudará a aumentar suas chances de aprovação.
Compra de veículos
Assim como tomar empréstimo, a compra de um veículo pode comprometer seriamente a renda familiar, deixando o comprador “refém” por muitos anos.
Se você tiver um veículo financiado, isso significa que você terá uma parcela mensal a pagar. Essa parcela mensal será um passivo que a Caixa irá considerar ao avaliar sua capacidade de pagar as prestações do financiamento pelo Minha Casa Minha Vida.
A situação se agrava quando a parcela é considerada alta para a renda per capita da família. O financiamento imobiliário não pode ultrapassar 30% da renda do comprador. Então, se você tiver uma prestação a pagar no momento, o valor liberado para financiamento do imóvel será menor. E se a parcela a pagar já existente representar 30% da sua renda, o financiamento não será aprovado.
Parcelamento de cartão de crédito
Parcelar compras no cartão de crédito, sem perceber o impacto que isso pode ter, pode comprometer a renda e influenciar a análise de crédito para um financiamento habitacional. É importante ter consciência desses aspectos ao buscar um financiamento.
É verdade que parcelar compras e pagá-las em dia ajudam a formar um bom histórico ao comprador, mas, da mesma forma que os itens anteriores, será avaliado o quanto da sua renda mensal já está comprometida com dívidas já existentes.
Como saber se cometi (ou estou cometendo) algum desses erros?
Você deve estar se perguntando: mas a Caixa tem uma “bola de cristal” para saber tudo da vida financeira das pessoas?
Não, mas a Caixa tem acesso ao Registrato do BACEN (Banco Central do Brasil), e o melhor de tudo, você também pode ter acesso.
O Registrato é uma ferramenta usada para fornecer um relatório consolidado das informações financeiras e das operações de crédito de uma pessoa física ou jurídica.
Este extrato consegue reunir informações de várias instituições financeiras sobre empréstimos, financiamentos, contas correntes, limites de crédito, cheques devolvidos, dívidas, entre outros. Dívidas antigas e caducadas também aparecem no seu Registrato.
Na prática, quando alguém solicita um financiamento, empréstimo ou qualquer tipo de avaliação de crédito, a Caixa consulta o Registrato no Banco Central para verificar o histórico financeiro do solicitante.
Aprenda a acessar seu Registrato
A primeira coisa que você vai fazer é entrar na página do Banco Central. Desde março de 2023, o acesso é feito por meio da conta no gov.br. Como pessoa física, será preciso que você se cadastre na página de serviços do Governo Federal.
Em seguida, use o menu da página para escolher o relatório que deseja acessar e clique em “Consultar”. Aceite os Termos de Ciência e Responsabilidade e clique em “gerar relatório”.
Minha Casa Minha Vida: requisitos de renda
O Minha Casa Minha Vida estabelece claramente as faixas de renda dos que poderão participar do programa, dando preferência para as classes mais baixas. São elas:
- Faixa Urbano 1: renda bruta familiar mensal até R$ 2.640;
- Faixa Urbano 2: renda bruta familiar mensal de R$ 2.640,01 a R$ 4,4 mil;
- Faixa Urbano 3: renda bruta familiar mensal de R$ 4.400,01 a R$ 8 mil.
Já no caso das famílias residentes em áreas rurais, as faixas são as seguintes:
- Faixa Rural 1: renda bruta familiar anual até R$ 31.680;
- Faixa Rural 2: renda bruta familiar anual de R$ 31.680,01 até R$ 52,8 mil;
- Faixa Rural 3: renda bruta familiar anual de R$ 52.800,01 até R$ 96 mil.
Minha Casa Minha Vida: comprovação de renda
A renda familiar, como o nome indica, é a soma dos ganhos mensais de cada membro de uma família.
O programa não considera benefícios temporários, assistenciais ou previdenciários como parte da renda, como auxílio-doença, seguro-desemprego, Benefício de Prestação Continuada (BCP) e Bolsa Família.