Nesta terça-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez discurso na 75ª edição da Assembleia-Geral das Nações Unidas. O presidente falou sobre a pandemia do novo coronavírus e estratégias que o governo adotou para amenizar os efeitos da crise. De acordo com Bolsonaro, cada beneficiário do auxílio emergencial de R$ 600 recebeu mil dólares aproximadamente.
“Nosso governo, de forma arrojada, implementou várias medidas econômicas que evitaram o mal maior. Concedeu auxílio emergencial em parcelas que somam, aproximadamente 1.000 dólares para 65 milhões de pessoas, o maior programa de assistência aos mais pobres no Brasil e talvez um dos maiores do mundo”, afirmou Bolsonaro na ONU.
De acordo com a lógica do presidente, cada beneficiário do auxílio emergencial de R$ 600 recebeu, em média, R$ 5,4 mil, que é a cotação atual do dólar.
Entretanto, a afirmação do presidente não condiz com a realidade. A maioria dos 65 milhões de brasileiros beneficiários receberam cinco parcelas de R$ 600. O máximo que cada beneficiário ganhou foi R$ 3 mil. Na moeda americana, isso representaria pouco mais de 550 dólares.
Um possível pagamento de 1.000 dólares não seria verdadeiro nem levando em conta as quatro parcelas adicionais de R$ 300. Somado aos R$ 3 mil das cinco primeiras parcelas, os R$ 1,2 mil das quatro parcelas de R$ 300 seria um total de R$ 4,2 mil recebido no programa. Esse número seria o equivalente a pouco mais de 778 dólares.
No caso de mães chefes de família, que recebem a cota em dobro a cada parcela, a soma das cinco parcelas de R$ 1,2 mil equivaleria a pouco mais de 1.500 dólares. Recentemente, Bolsonaro afirmou que o auxílio é sinônimo de endividamento.